quinta-feira, 5 de setembro de 2013

SINAIS

Todos os anos, há tanto tempo que perdera a data primeira, escolhia aquele lugar para um descanso. Por vezes, concedia-se uma semana inteira, punha leituras em dia, caminhava, surpreendia-se de novo com o branco e azul do Alentejo-mar; outras vezes eram apenas dois dias, um fim-de-semana apressado, a urgência de carregar baterias para continuar vivendo, lutando. Cumprindo a rotina querida, ali estava de novo, caminhando cedo na bruma, tomando o último café na pracinha de pedra, olhando o mar embrulhado num frequente cobertor de humidade cinzenta. O farol ali estava sempre, atento, dando indicações preciosas aos barcos que entravam no pequeno porto. Como ela gostaria que houvesse, na sua vida, um farol certeiro e seguro...

2 comentários:

  1. O farol existe, sempre... às vezes é preciso procurá-lo bem, na bruma da nossa existência...

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  2. Este farol que falam, não teremos que o descortinar dentro de nós? Temos é que estar de atalaia connosco mesmo, mas a pressa da vida, às vezes , não nos permite escutar o nosso farol.
    E, não há faróis certeiros e seguros...

    ...onde é que andará...

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