quinta-feira, 27 de março de 2014

Alma Perdida

De vez em quando, talvez quando os problemas crescem e as preocupações se avolumam, vem-me à memória a história do indígena que se sentou à espera da alma que perdera nas pressas impostas. 
Também me apetece sentar-me e ficar muito quietinha, em silêncio, esperando a minha alma que anda a monte. Não sei onde foi, não sei o que fizeram com ela, não sei se a esqueci nalguma paragem inoportuna da minha existência. 
Achando sempre que ela era incómoda, que chegava a carregar-se excessivamente de negruras, agora sinto-lhe a falta que se corporiza no vazio imenso que me molha o olhar. 
Se, por acaso, a minha alma não voltar, que serei eu mais do que, como dizia Pessoa "cadáver adiado que procria"?

4 comentários:

  1. Calma! Vai ver que a alma só foi descansar da sua energia...
    António

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  2. Faço meu, com desculpas pela apropriação, o comentário do António! Inteligente comentário!

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  3. A tua alma ("seja lá a alma o que for", palavras tuas...) está a ver se vais ter com ela! Está mesmo sentadinha ao teu lado......

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