Quanto mais leio, estudo, observo, ensino, mais me convenço (como se precisasse de ser convencida) que a Escola, como Instituição, tem de mudar. Obviamente, trata-se de uma estrutura complexa, secular, que lida, essencialmente, com seres humanos e, por isso, as mudanças são lentas e nem sempre visíveis ou mensuráveis. Mas, para além de todas estas verdades indiscutíveis, eu acho que a escola tem de acelerar o seu processo de mudança. Não falo daquelas pedagogias irrtantes (para mim) que defendem que não é preciso ensinar, que os meninos descobrem, que tudo é alegria e prazer, que uma equação pode ser uma descoberta fantástica, e compreender Fernão Lopes uma revelação mágica. Não. Eu defendo que aprender implica, sempre, esforço e trabalho. Defendo, cada vez mais, aprendizagens activas, que resultam do envolvimento de cada um. Mas também defendo, com muita força, que a escola silenciosa, com os meninos em fila e o professor a projectar slides, ou a mostrar youtubes, ou a usar o quadro interactivo, não ensina e de nada serve!
Na escola onde trabalho há portas de vidro e, sinceramente, passar no corredor e ver os rostos desinteressados, o olhar desesperado, da maioria dos alunos fechados nas salas de carteiras alinhadas parte-me o coração. A Escola que defendo é uma Escola de acção, de muitas narrativas, de discussão e construção, de colaboração efectiva.
Não acredito na Escola de hoje, e tenho pena.
Tenho pena de verdade, porque uma sociedade onde a Escola não funciona nunca será uma sociedade de sucesso!
Se eu pudesse, obrigaria a Escola a reconstruir-se, faria compreender que, por exemplo, coadjuvância não é ter dois professores a tentar manter a turma calada, que supervisão não é penalização, que aprendizagem colaborativa não é apenas realizar trabalhos de grupo. Se eu ainda tivesse forças, havia de lutar por uma Escola diferente...É que eu SEI, cum saber de experiência feito, que é possível fazer diferente. E melhor!