segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A NOITE VELHA

Espero a meia-noite. Morreu o Joaquim Bastinhas. No mundo vive-se a esperança e o alívio, um ano a chegar, outro superado. É uma repetição de clichés, da ilusão de liberdade vivida pelos escravos da modernidade. Hoje, esta noite, é obrigatório ir a festas, beber, estrear roupa, olhar o fogo fátuo, comer passas e telefonar, ou - o que para mim é sempre uma mostra de sentimentos falsos e plastificados - repassar mensagens, e vídeos, iguais para toda a gente. Esta é a noite em que os verdadeiros amigos ficam igualados aos conhecidos, e aos inimigos, por vezes, também. 
É a última noite de 2018. Morreu o Joaquim Bastinhas. A televisão mostra o mundo em festa, de relance mostra os contrastes, os refugiados, os mexicanos, os venezuelanos, muitos africanos, a Síria, o Iémen, a poluição crescente, os tsunamis. E rebentam foguetes. Já chegou 2019 a muitos países, e eu opto por ser grega. Comi as passas ao ritmo de Atenas e vou dormir à hora das ilhas de Ulisses.
Morreu o Joaquim Bastinhas. E há tantos foguetes no mundo!

1 comentário:

  1. Luísa, as pessoas ficam anestesiaras e só pensam em divertir-se com mais ou menos excessos e poucos serão os que estão atentos a que a festa não é para todos...
    Com sinceridade absoluta lhe desejo um 2019 com menos batalhas!
    Dalma

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