sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

ARANHAS

Já está escuro, mas dizem que chovem estrelas. Na minha alma cinzenta as estrelas não caem, e está escuro. O silêncio envolve-me, puxo a manta que cheira aos netos distantes e olho o computador. Queres sair daí? Apetecia-me a presença, a conversa simples e fácil, o mimo do colo que desejo. Tenho mimo a mais, dizias tu. Mas o mimo, tu não sabes, nunca é de mais. Tenho falta de carinho, de colo, de beijos fortes e abraços totais. Será que chovem estrelas de facto? Subo as persianas mas só há escuro. E os desejos de mimo não brilham. Aliás, acho que o vazio nunca brilha... Dizem que o homem é, no Universo, o mesmo que uma aranha no canto de uma sala. Sabes que, agora, não me importava que alguém varresse os cantos da sala?

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