quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

CARTA de AMOR

A editora Chiado desafiou-me para colaborar numa publicação de Cartas de Amor. Mandou as regras, não mais de 500 palavras, e eu fiquei a pensar. 
Primeiro, pensei no Amor. O que é isso? Existe mesmo sem ser pelos filhos e netos? Existe com compreensão e aceitação? Existe em ousadias sem regras nem modelos? Duvido. 
Depois, pensei nas cartas. Existem ainda? Não é tudo por e-mail, sms, instagram, facebook ou twitter? São ainda ridículas, ou nunca foram, de facto, ridículas? 
Finalmente, pensei nas 500 palavras. Porque tudo tem, hoje, de caber em normas, de ser contado e enquadrado, de ser modelado e controlado? 
Apaguei o convite.
Mas escrevi a carta de amor. Ridícula, pirosa talvez, mas chorada e sentida mesmo.

1 comentário:

  1. Luísa em comentário transcrevo o poema do “outro eu” de FP:

    “Todas as cartas de amor são
    Ridículas.
    Não seriam cartas de amor se não fossem
    Ridículas.”
    ...

    E acrescento, porque não enviar à editora a tal carta que diz ser “ridícula e pirosa”? Tenho a certeza que estará muito bem escrita e que muita gente iria gostar (sempre poderá usar um pseudónimo)!

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