terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

CONFORTÁVEL

Estou bem assim, estou confortável com o que faço, para que hei-de mudar? - Oiço e espanto-me! Como é possível que um adulto com responsabilidades, especialmente na Educação, se sinta confortável num país onde são assassinadas 500 mulheres em dez anos, onde as Jamaicas são quotidianos de terror, onde os jovens se drogam à porta das escolas, onde mais de 50% dos alunos não conclui a escolaridade obrigatória no prazo de 12 anos? De que conforto falamos? Do conforto e egoísta indiferença, talvez.
Acredito - sim, é utopia (mas o que seria o mundo sem utopia?) - que a evolução das tecnologias nos vai permitir ter tempo para reorganizarmos a sociedade e, para mim, esse tempo deveria ser para adubar a humanidade.
Não me sinto confortável na polis que integro. Não gosto da desesperança que leio no olhar de muitos jovens, não gosto da desistência do outro, tira-me o sono a violência que grassa. Porque não estou confortável, porque tenho aprendido com a alma o que dói a violência e agressão gratuitas, não desisto da prática da diferença.  Confortável? Talvez quando morrer...

1 comentário:

  1. Se eu lhe contasse o que se passa com a História que é dada á Dianinha?!

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