quinta-feira, 21 de março de 2019

... E as memórias...

Quando nasceu, tinha os olhos enormes, muito escuros, e olhava-me, embrulho terno, como se perguntasse como ia ser. Embalei-a, toquei-lhe as mãos pequeninas e achei-a linda. Era a minha sobrinha, a minha Leonor. O médico, com humor, sugeria que se chamasse Vera, para as primas terem uma prima Vera, uma vez que nascera a 21 da Março. Mas ficou Leonor Maria. Leonor é um nome frequente na família (acho que um nome lindo mas que não traz felicidade), e a minha sobrinha foi crescendo. Era Maria-rapaz, gostava de jogar à bola, de usar calças, de montar a cavalo. Em pequenina, ficava muitas vezes comigo, dormia na minha cama, ouvia as minhas histórias e abraçava-me com o amor genuíno que só as crianças conhecem.
O tempo voou. Hoje, a minha Leonor - porque sempre será um pouco minha -, faz 29 anos. E eu olho o ontem com estupefação. Como é possível que a minha menina de olhos grandes já tenha 29 anos?
Tenho saudades da minha Leonor. Saudades das brincadeiras, do sorriso, da tentativa de mascarar a imensa emoção que a move.
Parabéns, Leonor!

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