quarta-feira, 31 de julho de 2019

PÉNIS OU VAGINAS

Não gosto de quotas, até porque não gosto de discriminações, sejam quais forem os motivos invocados. 
As quotas, para mim, discriminam!
Na minha opinião, tem de haver mulheres nos lugares de liderança porque há mulheres muito capazes. Para o mundo atual, tem de haver mulheres nesses mesmos lugares para se conseguir um equilibrio sexual. 
Ou seja, independentemente do valor que se possa ter, parece que é o facto de se ter vagina, e não pénis, que valida o direito a determinadas funções. 
Será razoável? Para mim, não! 
Estou fartíssima do politicamente correcto, da afirmação do que considero idiotices em nome de modernices políticas ocas de significado.
Foi eleita a drª Ursula Von Der Layen para presidente da Comissão Europeia e logo veio a informação de que tem sete filhos, é médica, etc. Alguém disse quantos filhos têm outras figuras masculinas? Se cozinham ou não? Com certeza que não! É, a meu ver, mais uma pseudo-igualdade ! Atrevo-me a pensar que, para que Drª Ursula desempenhe o novo cargo, outra mulher terá sido contratada para as tarefas domésticas. Ou terá sido um homem? Gostava de saber.
Gostava que as pessoas valessem pelo que provam poder fazer de útil para a comunidade, e não pelo sexo que têm. 
Acredito, sinceramente, que há mulheres fantásticas e homens que o são também. Mas não consigo convencer-me que alguém, por ser mulher, seja bom; ou por ser homem o não seja!
Devo estar a ficar velha e rabujenta. Já não compreendo a pseudo-modernidade!

terça-feira, 30 de julho de 2019

ACEITAR

Sou católica. Praticante. Não santa, e grande pecadora.
E sou mulher que pensa, que lê, que se questiona e questiona, que tem dúvidas e receios, convicções e Valores. Gosto da missa, da paz e das leituras que me permitem, pelo menos uma vez por semana, fazer algum balanço da minha existência.
Gostava de ser melhor pessoa, de não desgostar de ninguém (acho que não odeio ninguém), de praticar mais, mais quotidianamente, o que o meu Cristo me pede, mas nem sempre consigo... 
No último domingo, na minha Sé, o senhor cónego falava de perdão. Do dom do perdão. E eu pensava, num pensar violento que me rasga tantas vezes por dentro, que perdoar é assumir, consciente ou inconscientemente, uma atitude violenta face ao outro! Deveriamos aceitar, em vez de perdoar. 
Quando perdoamos, penso eu, assumimos a nossa razão como certa, assumimos que somos os correctos; quando aceitamos, respeitamos diferenças, aceitamos o  que, para nós, são erros e para o outro acertos. 
Não quero com isto dizer que aceito tudo... Bem pelo contrário, peço muitas vezes a Deus que me ajude a aceitar o que não consigo compreender. E é mais difícil aceitar, do que perdoar. Acho eu...

segunda-feira, 29 de julho de 2019

APRENDIZAGENS

Dizem, esse sujeito desconhecido e total nunca identificado, que a vida é uma grande Escola, que nos dá grandes lições e nos faz aprender muita coisa. É uma verdade de M. de La Palice ( ou Lapalisse, em Portugal escreve-se das duas maneiras). 
Sem dúvida, aprendemos com o tempo, com as vivências que se fazem experiência, com a soma de muitos dias, com as marcas de muitas quedas, com alguns sorrisos e momentos muito bons. E aprendemos quase tudo. 
Quase. Porque, há coisas, sei eu, que não se aprendem nunca.
Eu não aprendi, e continuo a não ser capaz de aprender, a melhor forma de lidar com a desilusão, a forma menos dolorosa de conviver com algumas ausências. 
Tenho aprendido muito com a vida, é verdade. Mas esssa mesma vida não me ensinou a esquecer . 
Algum dia farei essa aprendizagem? Duvido...

sábado, 27 de julho de 2019

MUROS

Muros limitam, isolam, afastam. E mais um muro, terrível pelas razões invocadas para ser construído, vai surgir. Foi desbloqueada a verba que possibilitará isolar os EUA do México. Um muro de ódio, de radicalismo, de desumanidade. 
Ainda não há 30 anos (1989) o Mundo festejava a queda de um muro, esse também de ódio e violência, e já outro começa a surgir. 
Tenho medo. Medo do mundo que integro, da minha incapacidade de contribuir eficazmente para que a humanidade o seja de facto, da destruição de Valores que deixo aos meus netos, às crianças do Universo.
Século XXI. Tempo de um sem fim de possibilidades, de inovação tecnológica e científica, de novas profissões e, talvez, de um Novo Homem. Mas será este Novo Homem humano? Temo que não... Vejo crescer a maldade e o egoísmo, vejo crianças a morrer de fome e sede e países a gastarem milhões nas fronteiras do ódio! Como é possível continuarmos a encolher os ombros, a dizer que (felizmente?) é muito longe de Portugal, de Portalegre mais ainda??
Queria ter força para lutar mais! Queria ser capaz de contribuir para a construção, ou reconstrução?, de uma sociedade mais centrada em Valores Humanistas. É na Educação que isso tem de acontecer!!
Este não pode ser , de novo ou ainda, "o Tempo dos chacais" (Sophia...) Este devia ser, urge que seja, o tempo da dignidade Humana!

quinta-feira, 25 de julho de 2019

LIBERDADE

"Liberdade, liberdade, 
quem a tem chama-lhe sua
Só eu não tenho liberdade,
Nem de pôr o pé na rua"

Creio que é mais ou menos assim a quadra popular que aprendi de cor, nos meus tempos de menina. Felizmente, eu posso pôr o pé na rua sempre que quiser, posso até pôr os dois pés, os braços, a cabeça, todo o corpo, mas, não tenho liberdade! A liberdade é muito mais , para mim, do que pôr o pé na rua, ou sair de casa para ir onde me apetecer.
Ser livre, para mim, é poder falar, e escrever, de coração aberto e sem medo de represálias, de processos ou de condenações. É esta a liberdade que me falta! 
Diariamente, alguém me diz tem cuidado, vê lá o que escreves, guarda as opiniões só para ti. Reconhecendo a bondade e racionalidade dos conselhos, com aprendizagem de experiência (dolorosa) feita, custa-me, dói-me, sentir que, vivendo num estado democrático,  não sou livre de facto... 
Claro que sei que ser livre implica, e ainda bem, ser responsável. Mas ter opinião contrária à de outrem não é também ser responsável? E opinar sobre a realidade, sobre factos sociais e políticos, implica não ser responsável?  
Vivo com medo, calando muitas vezes o que me vai na alma, na cabeça também! 
Se a democracia é isto, o que será a ditadura? 

LOUCURA MUNDIAL

O novo primeiro ministro britânico é assustador! Tem um olhar estranho, uma postura escandalosamente agressiva e, cada vez que fala, projecta obscenidades sociais, políticas e sociais. Desde que o Brexit teve início, parece que a Grã-Bretanha enlouqueceu  mesmo. Sou uma admiradora confessa dos ingleses, talvez porque a minha família materna veio da Ilha, talvez porque os meus netos nasceram em Cambridge, talvez porque sempre fui (e sou) feliz em terras de sua Majestade,  talvez porque gosto do clima e da literatura. Não sei! 
Sei que  sempre olhei o UK com respeito e admiração. Para mim, era a referência da democracia que funciona... Agora, tenho receio, tristeza e incredulidade. Como pode ser possível?
Pior, mais grave, é que olho o mundo e penso que há loucos a mais nos destinos do mesmo. Há os EUA, há o Brasil, há a Venezuela,  há a Rússia, há a Coreia, há agora o Reino Unido. São loucos suficientes para, sem que possamos fazer nada, destruam o que resta do Planeta Terra.
À noite, quando o silêncio chega e eu penso a existência (haverá ainda essência na humanidade?) temo pelos meus netos, por todas as crianças que crescem, e serão adultas, nos próximos anos. Cada vez mais  defendo políticas humanistas e, infelizmente, cada vez mais vejo práticas de políticas umbiguistas... 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

FALÊNCIA


Saí de casa cedo, movida pelas memórias da juventude: - os mesmos cheiros na Serra, o calor excessivo, os cães e o mundo lá em baixo, na cidade tão minha.
Saí, e procurei a boleima do meu Liceu. Aquela que comia nos intervalos, sentada nas escadinhas da Praça que ainda não era (ou se era eu não sabia) da República. 
Deparei-me com a padaria fechada. Férias, pensei. Procurei outra. Fechada. Férias, também? Perguntei na Farmácia: - Faliu, já nao há padaria! Mas pode comprar pão ali no café.
Comprei o pão no café. E a tristeza voltou. Pobre cidade onde até o pão leva à falência!

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Ferragudo

Almoçar em Ferragudo, atravessar o rio Arade no barquinho que funciona com energia solar, é sempre um momento alto das minhas pequenas férias. Que o possa fazer muitos anos mais, rezo baixinho...



terça-feira, 16 de julho de 2019

Caminhada

Chego muito cedo à areia. Largo o saco, estendo a toalha e vou caminhar. Pessoa surge, faz-me boa companhia"Quando as crianças brincam, e eu as vejo brincar, qualquer coisa na minh'alma começa a se alegrar". Sorrio à memória-lembrança, troco as crianças, que não chegaram ainda, pelas gaivotas sonoras. Molho os pés no mar tão calmo, tão quieto, tão falsamente inocente. Não penso. "Pensar é estar doente dos olhos" e, hoje, eu sou saudável.



domingo, 14 de julho de 2019

Mar

Há que tempos que antecipava

 este hoje. Sim, também se aproveita por antecipação. Finalmente, chegou o dia! A praia cedo e bem tarde, a caipirinha, a ida de barco até Ferragudo. Semana nobre na minha existência!!

sábado, 6 de julho de 2019

PRAIA

Porque não gosto de calor, não devia gostar de praia. Mas gosto, ou não fosse eu feita de paradoxos... Gosto muita de manhãs e fins de tarde, na praia. Gosto das caminhadas, do mar mansinho, do cheio forte misturado com bronzeadores, das marcas dos pés na areia molhada, do café no bar da praia, da caipirinha o fim da tarde. Gosto de, à noite, me sentar numa esplanada a ouvir música e de fingir que acredito que as luzinhas do céu brilham para mim.
A minha praia, depois de muitos anos a errar pela zona de Albufeira e praia da Oura, é a Praia da Rocha. Já fui imensamente feliz lá, já fui dolorosamente infeliz também. Ainda assim, é  a praia que escolho sempre que posso.
Agora, aproxima-se a minha semana de Rocha. E eu antecipo, com gosto, as manhãs em que as gaivotas me acordam, as caminhadas e os pôres do sol. Falta pouco, penso. E é o que me faz ainda ter energia para trabalhar. Falta pouco. Falta mesmo pouco para eu sentir que, de verdade mesmo, a felicidade está em nós próprios e na forma como valorizamos cada momento.