tag:blogger.com,1999:blog-69507488904513040222024-03-13T07:20:17.613+00:00portugalagoiaProfessorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.comBlogger2173125tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-58943268534090246112023-04-02T12:33:00.002+01:002023-04-02T12:33:43.869+01:00CIRURGIA<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Vai correr tudo bem, garantem-me. Mas eu tenho medo. Vou ser internada, anestesiada, operada, voltarei (?) para casa de canadianas para uma longa, muito longa, recuperação. Tenho medo, sim. Medos, plural. Da dor, da intervenção, do espaço asséptico, da humilhação que a doença acarreta.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Quando a doença acontece, há, para mim tem havido, uma despersonalização que me dói . De repente, já não sou a Luísa, nem a professora Luísa, nem a mãe, nem a avó, nem a provedora. Sou a doente da cama X ou Y. Sou um corpo, apenas. E sofrerei calada, porque eu sou boa a ser calada.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Mas não concordo que seja assim. Às vezes, muitas vezes, penso que devia ser exactamente o contrário e que, num hospital, ou quando em situação de doença, o carinho e a humanidade deveriam ser práticas ainda mais constantes e intensas. Talvez os profissionais de saúde, com o hábito, se esqueçam que os corpos são habitados por pessoas, com toda a complexidade que ser Pessoa implica.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Sendo eu uma mulher de Fé, quero acreditar que tudo vai mesmo correr bem. Mas, se correr mal, deixo escrito que parto muito contrariada.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">É Páscoa, e Páscoa significa passagem. Que seja passagem para melhores dias!</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-7872617303871531002023-03-09T08:50:00.004+00:002023-03-09T08:51:07.110+00:00Afinal, todos acabamos. <p> Tenho saudades do meu Pai. Recordo histórias vividas por ele. </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">“O mundo é tão bonito, e eu tenho
tanta pena de morrer”. As palavras da avó Josefa, escritas por Saramago,
apareciam escritas na linha do horizonte que olhava. Há quantos anos teria lido
aquela carta a Josefa? Nem era grande admirador do Nobel, mas aquela frase
ficara-lhe gravada e, agora, insistia em aparecer com excessiva frequência.
Levantou o olhar. Era o seu chão, o seu Alentejo, a planície, o vento soão, e
como soava às vezes, os verdes que, logo, logo, seriam amarelos. Gostava do seu
chão. Sentia-lhe a falta quando, no ar, naqueles monstros que sempre o
apavoravam, viajava para outros lugares. …. E eu tenho tanta pena de morrer.
Josefa insistia. Estava velho, ele. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Quando era novo, com os cães,
calcorreava a planície atrás das lebres orelhudas, das perdizes ligeiras, das
rolas sonoras. Gostava da caça, da solidão das manhãs húmidas, cinzentas, do
regresso ao fim do dia, de ver o sol partir. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Já tinha vivido muito, pisado
muito chão, acumulado muitas histórias. Um dia, quantos anos teria?, tinham
vindo arrancá-lo à cama, estava ferrado, depois de uma caçada. Tinham batido
com força, a mulher acordara primeiro, dissera-lhe com um abraço, sempre o
abraçava, tens de lá ir. E fora. Vida de médico era assim. Um tipo matava-se,
uma mulher caía ou era derrubada, um gaiato caía da árvore, e lá vinha a guarda
buscar o doutor, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>buscá-lo a ele. Que
fora então? Ah, um suicídio. Enforcado na trave do sótão, informou o guarda,
cinto mal apertado, também ele, decerto, arrancado aos braços do sono, ou da
mulher. Vestira-se num instante e lá fora. Estava muito frio, um frio que lhe
chegava aos ossos e o fazia, mais ainda, desejar o regresso rápido para o
conforto do corpo da mulher. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Os guardas eram de poucas
palavras, o jipe seguia aos trambolhões chocalhando o desinteresse incómodo daquela morte. Que mania, a de suicidarem de noite, pensava.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Como se, mesmo mortos, fizessem questão de
chatear os que ficavam. Uma travagem brusca arrancara-o aos pensamentos. A
partir daqui o senhor doutor tem de ir na mula, o jipe não passa a ribeira, vai
cheia. Na mula? Sim está ali o cunhado do morto, a gente acompanha o doutor a
pé. Era ágil então e, num pulo, lá estava escarrapachado na animália. De cada
um dos lados um guarda, era preciso a autoridade para provar a morte do morto.
Um dos homens, mais pesado, barriga testemunha de boas amizades regadas com bom
néctar, refilava. Que o gajo não merecia o incómodo, coitada da viúva, sete
gaiatos a cargo e o cabrão, com licença do senhor doutor (toda!) , lá no céu
descansadinho.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Agora, há luz de mais de
cinquenta anos, achava graça. Então, não se lembrava de ter sorrido sequer.
Quando chegaram ao Monte, o silêncio feria. A viúva, sentada junto ao lume,
parecia aliviada, os garotos estavam junto dela, ao borralho. O guarda, cheio
da autoridade que a farda, ou perímetro abdominal, lhe conferia, perguntou: -
Onde está o seu marido? Lá em cima, pendurado, respondeu ela, sem tirar os
olhos das brasas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Talvez estivesse
zangada com ele, ou com a vida. Devia ter razão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O guarda impôs-se de novo. Eu vou
à frente, o doutor segue-me. E em fila indiana, o guarda , eu, o cunhado e o
outro guarda, lá começamos a subir os degraus íngremes que levavam ao sótão. Ao
abrir a porta, uma rajada de vento forte entrou e o corpo, pendurado, caiu da
trave. Ah que o morto está vivo! Ah que o gajo está vivo! <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E a autoridade desceu a tal
velocidade que todos íamos caindo na estreita escada. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Infelizmente, o morto estava
morto, acontece. Passados os documentos, lá fiz de novo o percurso na mula, a
manhã quase a romper e, quando entrei em casa, gelado na alma e no corpo,
mergulhei confortado no corpo quente da minha mulher.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">No dia seguinte, na casa de apoio
à Igreja, uma espécie de sacristia alargada, lá estava o morto e lá se fez o
funeral.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Uns quinze dias mais tarde, o senhor
prior chamou-me, estava eu a acabar o serviço na então Casa do Povo, para ir ao
petisco da matança. Fui. Na mesma mesa onde vira o enforcado, estava agora um
grande porco, esventrado, as mulheres zumbindo de volta dos alguidares, os
homens assando umas presas no lume de chão. Não fui capaz de comer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Hoje, velho, troço de mim mesmo.
Homem, porco, todos acabamos da mesma maneira. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Estou velho, vi muita coisa, mas
tenho muita pena de morrer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É que o mundo é tão bonito!<o:p></o:p></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-38742874586512388842023-02-25T11:57:00.000+00:002023-02-25T11:57:11.180+00:00MEDOS<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Nos programas de português, ao longo de diferentes anos, falamos muito de heróis. Vamos caracterizando cada herói de acordo com a sua acção, sempre inserida em Tempos específicos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Há o herói medieval, de lança e a cavalo, salvando donzelas, perseguindo assustadores mouros de pele escura; há o do renascimento, que enfrenta os mares, os horizontes anteriores a nós, os monstros e o escorbuto; vem também o amante das utopias, o romântico que persegue a liberdade, o amor absoluto; e ainda há o que resiste à sociedade, não cede à corrupção, procura a utopia. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Todos os heróis enfrentam o medo. Porque o medo existe sempre, veste-se de muitas roupagens, mas sempre carrega sombras e desconhecimento. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Eu tenho medo(s). Receio cada daqui a bocadinho, temo cada acordar, tremo perante muitos agoras, choro face a ameaças que não controlo. Quando os meus braços embalavam crianças, cantava para lhes afastar os papões, os maus que ameaçavam o sono. Hoje, falta-me essa música abraçada, essa palavra securizante.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Sim, tenho medo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">E não sou heroína, nem vivo num romance.</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-61477750160883915062023-02-22T11:00:00.000+00:002023-02-22T11:00:01.319+00:00GENTE<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Talvez por ser professora de português, ou se calhar apenas porque gosto muito de palavras, sempre faço distinção entre gente e pessoas. As pessoas valem a pena. Justificam telefonemas, encontros, saídas, conversas. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A gente incomoda, chateia, é enchimento desnecessário na minha vida. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Infelizmente, ultimamente tenho tido de suportar muita gente. Gente reles, mesquinha. Gente que implica por tudo, e por coisa nenhuma também. Gente que acusa, que culpa, que vive de mente fechada à diferença de opiniões e às razões que lhe são externas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Ah! Que saudades eu tenho de Pessoas! </span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-40193423643490477052023-02-20T11:26:00.000+00:002023-02-20T11:26:01.013+00:00ANIVERSÁRIO<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Em minha casa, desde que tenho memória, os aniversários eram comemorados com grandes festas. O meu Pai gostava de ter a casa cheia, e nós gostávamos de nosso dia com muitos amigos, e familiares, à nossa volta. Havia, para as crianças, sempre duas festas: - A das crianças, de tarde, com bolos e mousse de chocolate; e a dos adultos, à noite, com a mesa posta na sala grande e os tios a mimarem-nos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Depois, vieram os aniversários das minhas filhas. Festas e amigos. Nem sempre eu, mãe, estava feliz. Lembro-me de madrugadas choradas, a anteciparem o dia de sorrisos que as crianças exigiam.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Agora, é o tempo dos netos. Cabe aos pais fazerem as festas e eu, sempre que posso, estou presente para aproveitar a alegria, a ternura, os bons momentos deles. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Hoje, a Constança faz dez anos. É uma miúda determinada, corajosa e inteligente. Sofre por causa de um divórcio feito de maldade, e eu sofro com ela.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Devia ser proibido sofrer-se antes dos 36 anos, mais ou menos...</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Parabéns Constança!</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-11119464081733931122022-12-23T15:30:00.006+00:002022-12-23T15:30:55.609+00:00NATAL<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Já vivi 62 Natais. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Não me lembro dos primeiros, acredito que estivesse quente, amada e alimentada. Mas lembro-me de muitos, imensos Natais. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Como católica, o Natal é, para mim, uma época mesmo especial. Acredito na ideia da Renovação e gosto, mesmo muito, da possibilidade de metamorfose que se me oferece, que quase me é imposta. Queria poder voltar ao passado, ao tal <i>que me esqueci de trazer roubado na algibeira</i>, como o Poeta, mas, porque é impossível, resta-me a vontade de viver plenamente o presente.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Já aprendi, a vida ensinou-me, que não se morre de tristeza e, por isso, nada mais me resta do que vestir-me de alegria, agarrar a vida pelas orelhas, aceitar o inevitável, ter coragem para lutar pelo que é possível e muita inteligência para discernir a diferença. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Hoje, 23 de Dezembro, tranco a sete-chaves os sentires, recordo que <i>there's no use crying over spilt milk,</i> tempero e recheio o peru, compro azevias já feitas, e coloco, logo à noite, mais um edredão na cama. (Só para não sentir a dor do frio da solidão.)</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Que Seja Natal!</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-10785426886796509342022-12-05T18:12:00.002+00:002022-12-05T18:12:22.933+00:00HIPOCRISIA<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Já sei porque razão não há um Nobel para o hipócrita do ano. Os candidatos são incontáveis! Hoje, assisti a um exercício claro de hipocrisia e espantei-me. Com que ligeireza, com que facilidade, se apregoa o que não se faz, se afirma o contrário do que acontece. E há quem aplauda! A sério, estou ainda a recuperar...</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-70092067425189995232022-11-13T14:28:00.004+00:002022-11-13T14:28:27.116+00:00Tristeza<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Encosto-me à parede de cal gelada. Deixo correr as memórias, tempero-as com lágrimas que insistem em cair. Sim, a infelicidade existe. Sim, é preciso chorar, por muito que doa, por muito que se saiba, eu sei, que não há como lavar agoras. </span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-60256362456168759812022-11-06T16:20:00.005+00:002022-11-06T16:20:53.159+00:00Vigarista em Formação<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Desilusão? Não. Revolta calma, por paradoxal que tal possa ser.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Uma aluna, copiou um texto e entregou-mo. Não sei se é o facto de ela menosprezar a minha inteligência, achando que eu não daria por isso, se é o nem se ter dado ao trabalho de corrigir o português do Brasil, se é o facto de ser uma vigarice, uma trafulhice, que é tomada por normal. Por sem problema.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Para mim, tem gravidade e é, sim, um problema. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Muitos problemas, mesmo! É problema não se importar com a aprendizagem, tendo como objectivo conseguir uma nota a qualquer custo; é problema roubar o trabalho de outrem; é problema assumir a aldrabice como normal; é problema estar há 12 anos na Escola e ainda não distinguir o certo do errado, o Bem do Mal.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Esta miúda é das que gosta muito de falar em Direitos e Liberdades. Gosta de cartazes e campanhas. Ou seja, de pouco (ou nada) serve andarmos nas Escolas a fazer campanhas quando continuamos a permitir que os vigaristas cresçam ao nosso lado. E eu continuo a pensar que esta mudança de forma de pensar e agir, tem de ser trabalhada na Escola...</span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-42534532822813519412022-11-02T10:46:00.002+00:002022-11-02T10:46:34.631+00:00TRADIÇÕES<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBzGMuKE10XD8_rJk2-3aJRPGPfcEqqh_W3oWiSBBgyElgy4BSblJwxflM1R5aFbFxlOqpZjKIqQ_sHBeIZHK4_syHZJgZCO9WuaPhDEE9hzBoD0KC3SxAHcZgGmXJIrR4QqCbWvKLch4_m9h3ajF2cL2Vdrtjmr06HCgwyCCJZ5zujO32-5ns9l1M/s4000/20221031_080959.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="3000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBzGMuKE10XD8_rJk2-3aJRPGPfcEqqh_W3oWiSBBgyElgy4BSblJwxflM1R5aFbFxlOqpZjKIqQ_sHBeIZHK4_syHZJgZCO9WuaPhDEE9hzBoD0KC3SxAHcZgGmXJIrR4QqCbWvKLch4_m9h3ajF2cL2Vdrtjmr06HCgwyCCJZ5zujO32-5ns9l1M/s320/20221031_080959.jpg" width="240" /></a></span></div><span style="font-size: large;">O mês de Novembro, mês que sempre pinto de cinzento e vento, começa com tradições diversas. Vem o Dia das Bruxas, depois os Santinhos, a seguir o Dia de Finados. Gosto do Dia das Bruxas. sei que não é uma tradição portuguesa, mas gosto dos miúdos mascarados, das vassouras, das bruxas (o mundo sempre teve medo de mulheres que voam, sejam elas bruxas, fadas, ou ousadas), das abóboras luminosas, dos doces e das <br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPafFkYIgjnStZp8JRFDjfoOiOX3VkRbl4mBkQa1hIODHYltLu7jd8AnUbmJaGwdJLT8faLaZPc0oEz9xzHLHY0159ef9-QU_ygyQ7U8JDXqS5II63HUMBHtLF5mLjGUAsKeGefawVMEt-KnnL1AOX8nTxshtV7n-Gm1O2rG2OkpEf32ysB61HgUex/s4000/20221101_184047.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="4000" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPafFkYIgjnStZp8JRFDjfoOiOX3VkRbl4mBkQa1hIODHYltLu7jd8AnUbmJaGwdJLT8faLaZPc0oEz9xzHLHY0159ef9-QU_ygyQ7U8JDXqS5II63HUMBHtLF5mLjGUAsKeGefawVMEt-KnnL1AOX8nTxshtV7n-Gm1O2rG2OkpEf32ysB61HgUex/s320/20221101_184047.jpg" width="320" /></a></div><br />travessuras. Não me parece, de todo, que importar tradições implique denegrir, ou ignorar, as nossas. De facto, este ano o Dia dos Santinhos começou cedo e foram muitos, mas muitos mesmo, os grupos de miúdos que me bateram à porta pedindo os santinhos.</span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Às vezes, muitas vezes, penso que a diversidade nos enriquece e que querer ficar agarrado a um agora que foi ontem, nos impede de conhecer muitas das coisas boas da vida.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Gosto de inovação, de transformação. De viajar lá fora, e cá dentro.</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-53693356279291483762022-10-24T16:11:00.006+01:002022-10-24T16:11:52.636+01:00A Visita de Estudo<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Muito por causa da pandemia, e por ter estado cinco longos anos afastada da sala de aula, há muito tempo que não fazia uma Visita de Estudo. No dia 20, aconteceu.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Bem cedo, partimos ao encontro de Pessoa. Não foi o dia triunfal, não era 8 de março de 1914, mas foi um dia especial. A Casa Fernando Pessoa, que eu ainda não tinha visitado após as obras, cativou-me absolutamente. Depois, de tarde, a caminhada seguindo os passos do Poeta acabou de completar o dia. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Os meus alunos, e como gosto deles!, revelaram-se excelentes companhias e eu senti, juro que senti, que a Escola é isto: - Vida, descoberta, alegria e, também muito bom, um arroz de cabidela na Lisboa dos sentidos (e dos sentires).</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-41641263371807991032022-10-19T10:50:00.004+01:002022-10-19T10:50:29.819+01:00Escola do Futuro??<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> "Às vezes, oiço passar o vento..." Alberto Caeiro</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Às vezes, oiço falar de escola do Futuro, Luísa Moreira. E, tal como vento passa, já passou, continuará a passar sem nada dizer, também esta frase gasta pouco ou nada me diz. O que eu quero mesmo, o que eu gostava de ajudar a fazer, é mesmo uma Escola do Presente. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Uma Escola onde seja possível inovar, criar, ser diferente. Uma Escola onde os alunos possam, por exemplo, consultar o dicionário no telemóvel, sem ter de requisitar um dicionário na Biblioteca. Uma Escola onde se pudesse conversar e ouvir música. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A Escola que eu quero, quero-a Hoje. É a Escola urgente.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O Futuro é, sempre, um tempo que corre à nossa frente e onde, de certeza, nunca chegaremos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Assim, Escola do Futuro será, sempre, a do passado, se a não fizermos no presente.</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-17739907998896774402022-10-19T10:06:00.002+01:002022-10-19T10:06:50.236+01:00Associação de Estudantes<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Na Escola onde trabalho, provavelmente noutras também, estão a decorrer eleições para a Associação de Estudantes. Vibro com estes dias. Enche-me de esperança ver como os jovens, quando motivados, se movimentam e concretizam sonhos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Este ano, há duas listas: a E, Elefante; a F, Fox. Eu, triste porque não posso votar, torço pela lista E. Tem projectos, tem alunos com sucesso escolar, tem olhares irreverentes que me encantam. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Como professora, defendo que a Escola devia envolver-se activamente nestas acções. A aprendizagem da cidadania efectiva é assim que acontece! Por isso, não deveriam os adultos alhear-se deste processo. Também penso, e sei que é uma opinião polémica, que alunos com insucesso declarado, jovens de 20 anos, não deviam poder ser candidatos. Assim como, na política adulta, os vigaristas e criminosos não deveriam poder ser eleitos também...</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-27333274847692314752022-10-16T16:45:00.003+01:002022-10-16T16:45:53.856+01:00DE VOLTA<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Podem esquecer-se os amigos? Diria, imediatamente, que não. Mas eu tenho desleixado o meu blog e este espaço tem sido, sem dúvida, um bom amigo. Um pouco como os peixes que Vieira elogia, também ele me ouve e não fala. Desleixei-o porque o tempo não estica, porque, se calhar, baralhei as prioridades, porque me esqueci como é importante ter tempo para ser comigo. E estou arrependida. O meu blog, este espaço de escrita, tem-me feito muita falta... </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Atravesso, mais uma vez, um terrível período na vida, e estes momentos, quando os meus dedos dançam sobre as teclas sem procurar sentidos correctos, fazem-me falta. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Se nunca abrirmos uma garrafa de vinho, por mais prometedor que seja o rótulo, nunca saberemos da qualidade do mesmo. E apetece-me tirar a rolha da garrafa, embora saiba que o rótulo não é prometedor.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Estou de volta. Prometo não voltar a abandonar este amigo!</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-74098614837962039152022-03-09T13:28:00.004+00:002022-03-09T13:28:49.515+00:00A GUERRA<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Não tem um tempo, a guerra. É de sempre, e sempre assenta na injustiça, na violência, no sofrimento, no sangue, na morte. Acontece por pequenos motivos, por grandes também, mas sempre tendo na raiz a sede de poder e de domínio.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Parecia impossível, a mim pelo menos, que a guerra voltasse à Europa, mas um louco, Putin, conseguiu instalar de novo o horror. Tenho medo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Medo do que ainda está para vir, medo da incapacidade da Europa democrática dar resposta aos milhares de desalojados. Este tempo é também, acredito, um desafio a cada um de nós. Já não é suficiente falar de solidariedade, de justiça, de apoio ao próximo. Agora, urge agir. É preciso acolher desconhecidos nas nossas casas, é preciso partilhar o pouco que temos, é preciso mostrar que somos o que dizemos, que não nos fazemos de palavras sonoras, mas ocas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;">Tenho muito medo!</span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-71935061262873438972022-02-20T16:15:00.003+00:002022-02-20T16:15:59.631+00:00INGLATERRA<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: medium;">Já há dois anos que não ía a Inglaterra. Tinha saudades de viajar, de respirar outros ares e ouvir outras realidades e, finalmente, embora muito lentamente, a vida vai retomando a normalidade. Cheguei a Inglaterra com muito frio, apanhei uma tempestade Eunice, mas, ainda assim, lavei a alma e carreguei baterias.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Em conversa com o meu neto, 12 anos e muita curiosidade e gosto de aprender, confrontei-me com a Escola que defendo. O Manuel Bernardo tem muitas disciplinas, inglês, francês, espanhol, ciência, geografia, história, matemática, moral, cidadania, educação física. biologia. Achei que era disciplinas a mais e, por isso, perguntei como era possível entrar às 8,30 e sair sempre às 14,45h. Explicou-me, com segurança, que trabalha muitas vezes diferentes áreas, em projectos, com diferentes professores. Falou-me da avaliação. Não há classificação, mas estão sempre a ser testados e têm como resposta a forma de melhorarem, e se estão aquém do desejado, no desejado ou se superaram os objectivos em diferentes domínios. De facto, esta é a avaliação pedagógica que faz sentido, colocada ao serviço das aprendizagens e do sucesso.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">O meu neto tem sorte, penso eu. Mas todas as crianças podiam ter a mesma sorte. Não implica dinheiro, a legislação portuguesa permite, há propostas e orientações para se fazer assim. Porque não se faz? Porque há direcções com medo da mudança. Porque há, ainda, professores que defendem que o modelo tradicional de ensino é fantástico porque, graças a ele, o homem foi à lua.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Volto para Portugal sem vontade de lutar mais. Chega. Agora, só quero a reforma para poder, mais vezes, voar para lugares com sentido. </span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-84746204248560611632022-02-13T12:29:00.000+00:002022-02-13T12:29:00.278+00:00NÃO VIDA<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> A culpa é do Tempo. Sempre acelerado, não deixa espaço para essências e vai-se enchendo de existências excessivamente ocas. Surpreendo-me por não conseguir vir aqui, a esta minha janela, porque constato que, afinal, não tenho Tempo para mim. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Se me perguntarem se faço coisas muito significativas, terei, honestamente, que responder que não. Corro da Escola para a Santa Casa, tento resolver problemas, brinco à pressa com os cães, leio para temperar a alma, e no fim, bem espremido tudo, não há sumo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Estarei a desistir de viver? Penso nisto e, sinceramente, fico preocupada. Porque eu defendo que é preciso construir sentidos se, de facto, queremos viver...</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-6792069594046114732022-01-01T17:56:00.004+00:002022-01-01T17:56:55.624+00:002022<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">365 dias inteirinhos, cada um com 24 horas, mas podermos viver, ser Pessoa, sonhar, lutar, chorar, mimar, acreditar, rir. Uma quantidade fantástica de verbos para conjugarmos como formos capazes, como conseguirmos, dentro das circunstâncias de cada momento. Tenho muitos sonhos. Não exclusivos para 20222, a maioria já transita de anos passados, mas são sonhos. São dias a haver.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Para já, com urgência, quero voltar a poder viajar sem zaragatoas nem máscaras, gozando a liberdade que devia ser minha. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Mas quero mais. Quero aposentar-me. Quero sair de uma Escola onde sou diariamente infeliz, esmagada pela rotina medíocre de que não ousa sonhar. Sempre disse que só me queria aposentar aos 70 anos, mas agora, porque as circunstâncias se alteraram, desejo a reforma com urgência. Porque a escola que defendo não se faz se proibições e papeis, de grelhas e fichas. Porque cada aluno é, para mim, uma Pessoa que merece o melhor e a quem, acredito, não podemos roubar o agora.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">2022. Que narrativas iremos escrever, neste ano novinho em folha?</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-20092690087792870082021-12-21T10:40:00.000+00:002021-12-21T10:40:07.832+00:00REUNIÕES<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Comecei hoje, bem cedo, as reuniões de avaliação de 1º período. Desde 2017, pelo menos, que se legislou para uma efectiva mudança de práticas na Escola mas, infelizmente, tudo, com mais uma grelhas pelo meio, segue igual. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Preenchem-se fichas, verdes para haver esperança, e segue-se reproduzindo modelos. Fica-me a alma a doer de tristeza, de revolta indignada. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Não tinha de ser assim! Tinha de ser possível, porque se junta um grupo de pessoas formadas e cosmopolitas (ou não?) constatar a óbvia mudança do mundo e construir diferenças. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Talvez eu esteja, mais do que imagino, a sobrar no mundo. A precisar da reforma.</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-60585378520952633772021-12-20T17:25:00.002+00:002021-12-20T17:25:35.391+00:00COISAS<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Há mais de um mês que não passo por aqui. E espanto-me com o facto de ter a vida tão cheia de urgências desnecessárias que perdi o Tempo para o meu eu. Enfrento desafios, batalho, sofro, luto contra injustiças, choro, rio-me (às vezes) e, de repente, percebo que tenho a vida completamente inundada de vazios. Pior, constato que, aos poucos, fui deixando que os nadas, muitos nadas vestidos de falsa importância, tomassem conta de mim. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">À noite, quando o silêncio chega e os telefones páram de exigir a minha presença. não me reconheço. Estou cansada de tentar. Apetecia-me acertar. Ser. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Talvez seja o Natal, porque eu adoro o Natal! Das luzes ao Presépio, dos presentes, do sabor a gengibre, do bacalhau e até do perú. Sim, talvez seja o Natal a puxar o fio da marioneta que é o meu coração...</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-1876721143214411672021-11-07T17:27:00.000+00:002021-11-07T17:27:09.752+00:00PROJECTOS<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Cada dia que passa me faz olhar o mundo com mais curiosidade e estupefação. Multiplico em mim os como é possível, vejo crescer a desesperança e, paradoxalmente talvez, sinto crescer a minha vontade de agir. Claro que a minha maior desilusão é com a Escola. Eu, que quero muito um mundo melhor, acredito mesmo que só com uma Escola nova, absolutamente transformada, com práticas e metodologias que rasguem fundo a normalidade, poderemos construir uma realidade diferente. Oiço os políticos importantes, em Glasgow, entre fatos negros e máscaras personalizadas, falar do ambiente, do clima, da inexistência de um planeta B e espanto-me por não investirem, a ´sério e sem projectos inócuos, na educação das novas gerações.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Em Portugal, por exemplo, o projecto de Educação Sexual, seis horas no ensino secundário (a sério??), pode ser uma pesquisa sobre métodos contracetivos e produção de cartazes. Pode, também, o projecto de educação para a cidadania e desenvolvimento ser uma série de palestras (alguém muda comportamentos por ouvir??). Continuamos, e como isto me dói, a educar para o passado, sem querermos ver o óbvio, cegos da modernidade. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A educação, a Escola de Hoje, não se pode limitar ao cumprimento de horário, à observação do enunciado nos documentos da tutela, aos testes de avaliação para classificar os alunos. É preciso pensar! É preciso ousar! É preciso ensina a pensar, a criticar, a seleccionar, a reconhecer, a sonhar. É preciso saber o que cada escola quer para os seus alunos em articulação com a comunidade que integra! </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Julgava que o tempo de Projectos Educativos iguais em diferentes escolas estava ultrapassado mas, infelizmente, não está. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;">Esta Escola Portuguesa, que tem no papel práticas que louvo e sigo, qu</span><span style="font-size: large;">e tem um documento norteador humanista e inovador, O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, não pode ter professores a dizer que esta, ou aquela turma, tem alunos do 54 (Decreto-Lei nº 54), que as questões aula são mini-testes, que é preciso decorar aquilo que um rápido clic no telemóvel nos diz.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Este ano, ando muito desiludida. Pensava, andava iludida, que a Educação estava bem diferente.</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-36421444597320691892021-11-01T04:00:00.002+00:002021-11-01T10:15:57.116+00:00O CDS<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Acho que tenho opção política, militância partidária, desde os 22 anos. Não tenho bem a certeza se seriam 22 ou 23, mas foi por aí que resolvi que era importante participar, escolher um lugar onde pudesse manifestar as minhas opiniões e ideais. Tornei-me militante do CDS e, tirando três ou quatro anos em que estive fora (porque o Dr. Paulo Portas me expulsou por indisciplina) sempre fui militante. Tenho cartão, e tenho orgulho nele. Gosto de ir a Congressos, de intervir, já fui Conselheira Nacional e não tenho vergonha, não escondo, a minha militância. Aliás, eu penso mesmo que se queremos um Mundo diferente, e melhor, e eu quero, temos de intervir! </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Ora, exactamente porque sou do CDS, não consigo ficar indiferente à crise que o Partido está a atravessar. Francisco Rodrigues dos Santos foi eleito em Congresso. Um Congresso onde estiveram os barões do partido (Nuno Melo e seus seguidores), que apresentaram propostas que nós, militantes, rejeitámos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Agora, depois de umas eleições autárquicas duras onde o CDS conseguiu não perder votos, aparecem de novo os que se julgam donos do Partido a criar problemas. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O CDS não tem donos! O CDS é um Partido conservador, de Direita Liberal, democrata-cristão, que defende a Liberdade e a Iniciativa Privada, a Verdade e o Humanismo, acima de egoísmos e vaidades.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Estou farta dos que se julgam donos de tudo. Farta de Nuno Melo, de Adolfos e seus amigos. Não me deixam dormir, fazem-me ter insónias feitas de revolta e indignação. Saiam de vez do CDS! </span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-6778481056991241302021-10-31T20:53:00.004+00:002021-10-31T20:53:44.196+00:00VAZIO<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Não ter sonhos, não ter um projecto, uma ideia nova, diferente, é, para mim, uma das piores e mais graves pobrezas. E, infelizmente para mim, ultimamente tenho esbarrado com muita gente vazia de projectos. Como é possível alguém ocupar um cargo de liderança (se calhar é de chefia e eu estou enganada) sem ter um projecto arrebatador, inovador, capaz de congregar vontades? Para mim, não faz sentido. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Não compreendo a razão de votar em alguém, de sequer ter de obedecer a alguém, que não seduz pela diferença, que não põe ao serviço de uma comunidade um sonho, um desafio, que permita acreditar num mundo melhor. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Gostava de viver num lugar onde as pessoas só pudessem dirigir se fossem criativas, se acrescentassem algo de novo. É que, com tanta informação que existe na actualidade, para cumprir regras e seguir imitações, nem precisamos de liderança. </span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-1346111182234119132021-10-17T10:26:00.000+01:002021-10-17T10:26:09.267+01:00PROIBIR<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: large;">Eu não quero o meu país a seguir pelos caminhos que agora lhe impõem. Não quero viver presa, limitada, subjugada à vontade de outros. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Aos poucos, e no entanto depressa demais, o estado português está a entrar nos caminhos da ditadura e isso, sinceramente, assusta-me. Que direito tem o estado de decidir onde levo os meus netos? Onde vou e o que faço? </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Antes do 25 de Abril, lembro-me bem, os filmes e espectáculos eram também proibidos a algumas idades. Lembro-me de, à entrada do Crisfal, me pedirem o velho bilhete de identidade para ver um determinado filme. Depois de Abril, passou a existir o <i>não recomendado a menores de</i>... cada um podia decidir no pleno uso da sua liberdade, e era bom poder fazê-lo. Foi assim que vi o Belle de Jour, com a Catherine Deneuve, nos meus 16 anos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Agora, andamos para trás. Voltam as proibições, as imposições que saem de minorias que eu repudio e, no entanto, me limitam. Dizem os entendidos que é/foi moeda para a aprovação do orçamento. Um orçamento feito de despesa e sem uma única ideia capaz de criar riqueza. Um orçamento que envergonha um povo que quer crescer e ser livre. Um povo que festeja Abril!</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Eu, euzinha que tanto amo Portugal, hoje penso que, se calhar, seria melhor ter nascido espanhola. </span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6950748890451304022.post-83373037443091351932021-10-04T20:10:00.003+01:002021-10-04T20:10:43.778+01:00EFÉMERO<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Há dias bons, dias maus, dias nem bons nem maus. Ultimamente, tenho tido dias muito maus. As saudades tornaram-se dolorosas, dilacerantes mesmo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Tenho saudades da Casa dos meus Pais, das conversas na varanda, dos passeios de carro ao fim da tarde para irmos ouvir o cuco - Quem ouve o cuco, não morre nesse ano- garantia o meu Pai. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Olho à minha volta e o fosso que me rodeia enche-se de absoluta solidão. Filhas longe, netos longe, cada agora feito de memórias e amanhãs impossíveis. Para mim, digo que não faz sentido, não pode fazer sentido, encher de vazio os últimos anos da minha existência. Este devia ser o tempo dos afectos, das cumplicidades, dos passeios acompanhada. Mas não é. O meu Tempo faz-se de muitas sombras e a memória só me devolve irrepetíveis.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Muitas noites, em insónias dolorosas, vêm os demónios troçar de mim e, rindo, garantem que em breve o Nada chegará. E eu tenho saudades das noites em que apenas anjos, invejosos da minha felicidade, me visitavam.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Tudo é efémero. Menos, penso, a minha tristeza.</span></p>Professorahttp://www.blogger.com/profile/04380177583565279841noreply@blogger.com0