sexta-feira, 30 de abril de 2010

Trabalho

Dizem que dá saúde, o trabalho. Eu não acho! Para mim, o trabalho é castigo, é sacrifício. Aliás, se não fosse a curiosidade da Eva, e a burrice de Adão (Ah! os homens...), ainda hoje não se trabalhava. Porque, na Bíblia, lê-se que Deus disse "A partir de agora, de castigo, ganharás o teu pão com o suor do teu rosto!" Pode a citação não ser exacta, não me apetece levantar o rabo para ir consultar a Bíblia, mas não importa, porque o que me interessa é provar que o trabalho é uma necessidade e não um prazer. Eu gosto muito de estar com os meus alunos, gosto das aulas, gosto de alguns conteúdos, mas, de verdade mesmo, gostava mais de poder dançar, viajar, ler, escrever, amar, sem ter de cumprir horários. Imagino o que seria a minha vida se não tivesse de trabalhar e... não ouso escrever o que faria.
No entanto, como o que tem de ser, tem muita força, trabalho muito. E, às vezes, trabalho bem. E só sinto que trabalho bem quando retiro prazer do que faço - hélás! egoísmo! - o que, ultimamente, acontece nas sessões de formação que, no âmbito do Novo Programa de Português Para o Ensino Básico, dinamizo em Vila Viçosa. Ali, entre colegas, às voltas com programa, actividades, conceitos, metodologias, progressão, resultados esperados, competências, descritores de desempenho e comprimidos azuis (os professores não são de ferro!), trabalho com gosto. Trabalho, aprendo, cresço como pessoa e como profissional. Passo horas, muitas, preparando as sessões. Passo horas, imensas, lendo portefólios. Mas durmo consolada por achar que, pelo menos três horas por semana, a cada quinze dias, a minha existência se cumpre num fazer com sentido!

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