domingo, 28 de abril de 2019

ADEUS SONHO

Não é preciso bateres com a porta. Não é preciso arremessar palavras agudas, nem vale a pena desfiar ses. Conheço-te há muito tempo, e não há tempo demais, por isso já devia saber que não és de confiança. 
Não se pode confiar em ti! 
Iludiste-me, fizeste-me acreditar que, se eu quisesse, ia mesmo acontecer, que a Escola ia fazer sentido e tecer-se de mil razões cheiinhas de emoção e, afinal, uma vez mais, ficou só o pó da escrita e a dor da desilusão.
Contigo, sonho, é sempre assim! Fazes-te de mil possíveis, iludes-me e, quando achas que estou pronta, quando sorrio segura de que é agora - no Agora que cada instante faz verdade - ris-te, bates com a porta e deixas-me os destroços do fumo da confiança.
Vai então sonho, vai de vez. Estou velha. Desisto. Prometo que não vou voltar a sonhar!

terça-feira, 23 de abril de 2019

DIA DO LIVRO

Os livros sempre foram, e continuam sendo, os meus mais constantes companheiros. Em miúda, lia na janela do sótão, da casa que já não é, fugindo às arrelias dos meus irmãos, cultivando o meu vício de ser sozinha. Comecei pela condessa de Ségur, pela Enid Blyton, deliciando-me com o Colégio das Quatro Torres, com as aventuras dos cinco. Seguiram-se as Mulherzinhas, chorava com elas, ria-me, vivia as suas ilusões. Num instante, perdi-me de amores pelo Júlio Dinis, pelo Garrett, pelo Eça. Quantas vezes terei relido O Primo Basílio? Vivia no meu mundo, com as minhas personagens feitas gente real, trocando opiniões e partilhando com elas pensares e sentires.
Já mais  velha, foram os escritores franceses que me cativaram. As Memórias de Adriano, a escrita mágica e tão intensa de Yourcenar, o realismo de  Flaubert, as ousadias de Sartre, fizeram-me repensar a minha opção e, a dada altura, pensei em transferir-me para Filosofia. Foi pensamento de pouca dura porque, num instante, o meu pai me informou que filosofia era para malucos e eu de doidice já estava bem abastecida. 
Foi já na faculdade que conheci Agustina e Pessoa. Sem nada que aparentemente os  aproxime, os dois  tornaram-se  presenças constantes na minha cabeceira. 
Já mulher, foi Sophia a criar comigo, ou eu com ela, uma cumplicidade intensa, feita de rima e métrica, sem vírgulas ou exclamações.
Teria aí os meus quarenta anos, esbarrei, por mero acaso, com o Ultimo Cais da Helena Marques. Marcos tornou-se o meu herói, a Madeira um lugar de sonho… Gosto de voltar, com muita frequência, ao Último Cais. Ainda que, vezes demais, sinta que vivo no meu último cais. 
Já professora, o programa de português que lecionava impôs-me Saramago. Foi uma descoberta tardia. Talvez seja o único autor de quem queria não gostar… Sem êxito! Gosto de ler Saramago, comovo-me com a ternura agressiva, delicio-me com o sarcasmo oportuno, espanto-me com a originalidade. As vozes de Saramago falam comigo. Vezes demais, penso às vezes. Régio foi, também, uma revelação tardia. Não fazia parte dos programas e eu, erradamente, achava-o escuro e complexo. Como o acho agora claro e intenso! 
Associo livros, personagens, passagens que sei de cor, a momentos de vida. Oiço o Zezé e o Portuga, no Meu Pé de Laranja Lima, sempre que recupero, na memória, as noites das minhas filhas pequenas quando, acreditando ser capaz de escrever uma narrativa de vida com final feliz, lhes lia ao adormecer.
Daniel Pennac disse que "Nós somos o resultado das nossas leituras" e eu sou, creio, a prova disso. 

sexta-feira, 19 de abril de 2019

TRÊS HORAS

A Páscoa, na minha vida e desde sempre, tem momentos claramente marcantes. Tudo começa no Domingo de Ramos, na missa de festa, na bênção dos ramos campestres e na primeira refeição de cabrito a antecipar o que será um menu repetido durante oito dias. Depois, e mesmo que o sol insista em brilhar e o campo esteja coberto de flores, desce em mim um misto de tristeza e nostalgia que me consomem. Penso em Jesus, na morte injusta de um Homem Bom, penso na vida, penso nos homens bons da minha vida que já partiram e questiono, sem resposta, a minha existência. E assim recebo a Sexta-feira santa. Às três da tarde, a sirene toca e eu faço silêncio. 
Quando era miúda, sempre o meu pai exigia que estivéssemos todos juntos, no quintal se não chovesse, na varanda da Serra se a chuva caísse, a ouvir a sirene. A sirene rasga o céu, entra qual grito lancinante dentro de mim e, agora que a escuto sozinha, dilacera a minha emoção. Os cães uivam, os pássaros param e há, eu sinto!, algo estranho no ar. O uivo da sirene arrepia-me, fere-me, e a minha oração faz-se de muito silêncio. Ouvir-me-á o meu Cristo? Às vezes, penso que me esqueceu, outras vezes que caminha a meu lado. Sim, se Ele não caminhasse a meu lado como teria suportado tanta mágoa, tanto desamor, tanta angústia abandonada?
E num instante chega o Domingo de grande festa. Domingo de Páscoa com o coelho a deixar escondidos os ovos de chocolate que as crianças - há sempre crianças! - hão-de procurar. Domingo é, de novo, dia de cabrito que há-de sobrar ainda para a segunda-feira, comido no campo como manda a tradição.
Gosto de tradições. Gosto de repetir hábitos aprendidos na infância e, nestas épocas festivas, tudo me lembra, mais ainda, a presença do meu Pai e o seu imenso gosto na vivência de hábitos que nos dão o sentimento de pertença a uma comunidade específica. 

quinta-feira, 18 de abril de 2019

DESAFECTOS

Repetições, não existem. Cada momento é singular, irrepetível e, por isso, esta não é a repetição da Páscoa, esta é a única Páscoa de 2019. Como cada desilusão dói sempre, como cada paixão só faz sentido na exclusiva singularidade intensa de cada momento. Não me digam que temos tempo, que a vida é longa. Não. A vida é uma sucessão alucinante de segundos, e é impossível olhá-la com a calma que pedem. Não, não estou ainda vacinada contra a maldade. Não, ainda não consigo ignorar a violência de algumas palavras, a injustiça dos desafectos. Quero viver cada segundo. Assim, de forma exclusiva. Nunca serei, admito, uma residente do tempo, mas serei, sempre, a incurável viajante da ilusão.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Notre Dame

Fui a Paris várias vezes, em diferentes situações. Paris, para mim que estudei Francês, que devorei Balzac, Camus, Yourcenar, entre outros, é sempre um lugar carregado de sentidos. Gosto das esplanadas com vidros, do Sena preguiçoso, das pontes, dos monumentos por cada rua. Mas, de todos os lugares, Notre Dame é o meu preferido. Quantas vezes lá entrei? Quantas vezes me sentei, no café da esquina ao lado, olhando aquele mundo de história e de histórias? 
Agora, Notre Dame ardeu. E fica-me uma dor funda, indizível mesmo. Há-de ser reconstruída, garantem. Mas nunca mais será a mesma!

sábado, 13 de abril de 2019

Netos

Quando os netos estão comigo, o meu quotidiano ganha sentido. Ouvi-los rir, contar histórias, sentir os abraços apertados, dizer muitas vezes que sim, enchem-me de vontade de viver. Penso,agora que eles dormem sossegados, que é este o verdadeiro sentido da minha existência.




terça-feira, 9 de abril de 2019

SEMINÁRIO

É já o terceiro Seminário do CEFOPNA que ajudo a organizar. São sempre, na minha opinião, momentos e oportunidades para partilhar angústias, para ouvir diferentes propostas, para conversar sobre o que de mais essencial acontece na Escola Portuguesa. Este ano, o título é mesmo Na Educação Acontece. E está a acontecer tanta coisa… coisas boas, coisas menos boas também. Tenho grandes expectativas em relação ao dia 17 de Maio! Aguardo, com verdadeiro interesse, o dia em que, no belíssimo Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre os professores, os autarcas, os pais e encarregados de educação, todos a quem a educação interessa, se vão reunir para tentar fazer mais e melhor!
Eu sonho, espero, desespero, desisto e volto na acreditar. Acredito, mesmo, que é com a comunidade que a transformação vai ser realidade! 
Com certeza, não ficarão resolvidos, num dia longo de trabalho, com colaborações tão significativas como o Professor David Justino, a Professora Ariana Cosme, entre outros, todas as dificuldades da Escola. Mas, de certeza absoluta, no dia 17 de Maio os participantes estarão mais habilitados a ajudar na construção de mais sucesso.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

NOVA ERA

A vida cumpre-se em ciclos. Em idades, talvez. Eu estou a entrar na era das perdas… 
À medida que aumentam as perdas, as ausências, quando as molduras dos ausentes ocupam o maior espaço da casa, começo a olhar para trás e a achar que há mais passado do que futuro. 
Tenho um enorme volume de perdas e, se algumas me aliviam pela injustiça de quem quis livremente partir, outras doem-me muito fundo. 
Entrei na era das perdas. E, ainda assim, sonho com haveres. Contrassensos de vida. 

domingo, 7 de abril de 2019

DANÇAS?

Queres dançar comigo? Não é preciso seres bailarino, basta quereres encontrar o ritmo certo no meu abraço. Isso, envolve-me  a cintura e deixa correr o disco. É um disco antigo, vinil ainda, devolve-nos as festas de garagem, lembras-te? Então, era slow. Bastava arrastar os pés e sentirmos que pertencíamos um ao outro, fácil. Agora, é mais difícil, acho que perdemos o ritmo. Mas podemos tentar, vá lá. Abraça-me. É bom sentir-me segura, balancear levemente, sentir o teu perfume perto, encostar-me e apertar a tua mão. Havemos de reencontrar o ritmo perdido, não é? Porque, por muito que a música seja diferente, só sei dançar nos teus braços.
Queres dançar comigo? 

sábado, 6 de abril de 2019

COMER,ORAR e AMAR

Devo ter visto o filme Música no Coração mais de vinte vezes. Ainda assim, sempre choro e sempre sofro quando a família Von Trapp  se esconde no cemitério... Quando estive em Salzburgo, olhando as montanhas e a cidade linda, esperava ver surgir um horroroso alemão a cada esquina, ouvia dentro de mim a Maria a cantar e cantarolava, em silêncio e só para mim, o edelweiss. A Música no Coração era, para mim, uma referência de jovem, de adulta também.
Agora, o filme das valsas e da paixão entre montanhas, corre o risco de ser ultrapassado pelo Comer, Orar e Amar. Vi, pela primeira vez, o filme no cinema. Depois, comprei o DVD e revi muitas vezes. Agora, com a vantagem que a Netflix oferece, vejo regularmente. 
Gosto da actriz Julia Roberts, do actor Javier Bardem, de cenários naturais e belos. Mas, neste filme, é a procura de um sentido para o eu que me cativa. Em Roma, como a actriz (salvo as devidas proporções) , também tentei encontrar um sentido para a minha existência. Não estava nas pizzas, não o achei no osso buco, nem sequer o descobri nas muitas igrejas. Ao contrário de Júlia Roberts, não fui para a Índia, não procurei um guru. Não só não fui por não ter dinheiro para isso como, muito a sério, seria dos últimos países para onde escolheria viajar. Detesto humidade, choca-me a miséria, odeio insectos! Também nunca fui a Bali, nem sequer tenho fé nos videntes, mas conheço muito bem o confronto com uma realidade onde não nos sentimos confortáveis. Conheço, na primeira pessoa, a fraqueza de não conseguir partir, mudar tudo, procurar o tal sentido (será que existe?) que nos faz falta a cada respirar. Rezo. Não em Bali, mas por aí. Rezo, agradeço, peço perdão e falho. Não me realizo. Amo. Apaixonadamente as minhas filhas e netos! Mas, ainda assim, muitas vezes me sinto sem rumo. Perdida. Sem razão de existir. Como a actriz, só que na realidade!
Comer, orar e amar não é um grande filme. Não é uma obra-prima, não tem um argumento incrível. Mas tem alguma coisa que me toca e encanta.
E pronto, lá vou eu, de novo, ligar a Netflix...

sexta-feira, 5 de abril de 2019

NEVE

É Abril. As cerejeiras, os marmeleiros, as cameleiras, estão carregadas de flores e neva. Cai do céu, suave e macia, tão silenciosa como Augusto Gil a descreveu, em flocos gordos, a neve branca que cobre o chão. Faz frio, muito frio, e o olhar confunde flores que prometem frutos (nascerão?) e água feita fofura branca. Os cães estão calados, espantados talvez, os pássaros não voam e as árvores nem se agitam. Gosto da neve. Gosto do conforto da lareira, do lume forte, do chá quente, olhando a neve que cai. 
Em Portalegre, este é o fim-de-semana da Festa da Doçaria, do Concerto dos Triunfonia da amizade, e não me apetece sair. É tão bom fingir que acredito   que o mundo parou, assim, almofadado na brancura gelada da neve.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

(DES)ILUSÃO


Do lado de lá do passado, não há nada. No passado, nada é. O presente ilude-nos e, talvez por isso, talvez, também, pelo medo do futuro, tendemos a refugiar-nos no passado que julgamos terreno seguro. 
Mas o passado não está lá. O passado foi para o mundo dos sonhos, para a espuma das ondas e nunca mais é verdade. Campos dizia que deveria ter trazido o passado roubado na algibeira, mas sabia ser um condicional impossível. O passado é uma esteira, feita de cinzas e brilhos como o do fogo-fátuo. O futuro, por outro lado, é um sonho a haver, uma realidade que raramente o será. A gente sonha, imagina, planifica, acredita, projecta e, depois, a vida, ou a sucessão de dias de cada existência, destroem tudo e mostra que temos mesmo de nos satisfazer com cada instante.

Só que, pelo menos para mim, os instantes são transições de tempos sem sentido.

Ah… Sentido. 
Talvez, quem sabe, a questão seja mesmo ignorar a existência de sentido e viver ao sabor do momento, saboreando a certeza de que não haverá desilusão, porque nunca chegou a existir ilusão!

terça-feira, 2 de abril de 2019

A Bicicleta e a Escola

Sinto necessidade de explicar. Não que alguém mo tenha exigido, não que tenha medo de represálias, mas sinto que devo explicar.
A semana passada, já nem sei quando, surgiu a notícia de que as escolas irão passar a ensinar as crianças a andar de bicicleta. 
Logo, com a rapidez que a internet permite, se manifestaram as vozes contra: - Que essa é tarefa dos pais, que a escola deve é ensinar conhecimento, que agora é tudo para cima da escola, que há professores que não sabem andar de bicicleta porque não foram ensinados, que nem todos os miúdos têm bicicleta, que é preciso equipar as escolas com bicicletas para todos, que há professores que nunca tiveram bicicleta por serem oriundos de famílias desfavorecidas, etc.
Obviamente (para mim), eu discordei. E discordei, eu que não sou do PS e menos ainda apoiante da geringonça, porque penso o seguinte:
. A Escola, para ser de facto transformadora da sociedade, tem de desenvolver nos alunos competências - Todas as enunciadas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória (set. 2017);
. Se queremos um mundo diferente, e eu quero, os alunos devem, na escola,  adquirir e desenvolver competências que permitam fazer a diferença: - Nadar, andar de bicicleta, reciclar, respeitar o ambiente, são algumas delas;
. Obviamente, não serão os professores de inglês, ou de matemática, ou de português, a ensinar os meninos a pedalar. A escola faz parte de um território e há que organizar, nesse território, a forma de ter nas escolas, algumas horas, quem sabe como desenvolver o equilíbrio e o pedalar;
. Não é preciso haver uma bicicleta para cada criança, ou uma piscina em cada escola. Devemos, e podemos fazê-lo, rentabilizar os recursos existentes no território. Não há vila, ou quase aldeia, que não tenha uma piscina. Há muitos miúdos que têm bicicleta, podem partilhar, aprender a fazê-lo é muito importante;
. Para um hoje diferente, porque amanhã não sei se estarei viva, temos de conseguir que a escola faça muito do que muitas famílias não podem, não querem, ou não sabem fazer. Uma sociedade mais inclusiva e livre só acontecerá quando a nova geração aprender a respeitar o próximo, a partilhar e a ter sentido crítico;
. Não compreendo por que razão a Escola, e muito a Escola portuguesa, parece considerar que apenas a cabeça é educável se, de facto, o corpo é essencial… Defendo, muito a sério, que a escola ensine dança, música, natação, cozinha, organização familiar e todas as competências que fazem TANTA falta no mundo de hoje. E acredito, porque sei como fazer, que todas estas aprendizagens podem acontecer em relação, de forma articulada, com o inglês, a matemática, o português e todas as áreas curriculares.
Não gosto de falar de cor e, por isso, estou disponível para conversar com quem quiser sobre a efectiva possibilidade de concretização desta Escola diferente. 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

A Ginja

A Ginja foi-me dada, para que não fosse abatida, há 15 anos. Cruzada de rafeiro e mastim, num instante cresceu e se fez uma cadela possante e meiga. Tinha uma mania, um vício que me tirava do sério: - mal apanhava o portão aberto, ia chatear os cães da vizinhança. A Ginja nunca teve crias, era uma cadela estéril, dizia o veterinário, mas era terna e paciente com o pequeno Zorba. 
Durante doze anos, a Ginja e o Fred eram inseparáveis. Aliás, os nomes deles eram Ginger e Fred, uma homenagem aos dois bailarinos/actores de quem eu tanto gosto. Mas Ginger era difícil de dizer e, sem saber como, transformou-se em Ginja.  Fred, um belíssimo rafeiro alentejano, morreu há três anos. 
A Ginja tinha um tumor, foi operada e recuperou. Corria já bem, feliz e gulosa sempre que ouvia abrir a caixa dos biscoitos.
Ontem, quando corria à minha frente a caminho do canteiro dos morangos, caiu morta. 
Sei que era um animal, mas dói-me fundo esta morte. Sinto a falta das corridas dela, da sua presença, do ladrar forte a dar sinal de tudo. Tenho saudades até da forma como ladrava, desesperada, quando uma trovoada se aproximava. 
Cada vez mais, sinto que há animais mais sinceros e amigos do que algumas pessoas. A Ginja vai ficar no meu património de boas memórias.