A minha revolta indignada hoje não tem tamanho. O 25 de Abril festejou-se há três, aconteceu há 43 anos, e os absurdos que limitam e condicionam a Liberdade continuam a verificar-se. Cala-te! - Dizem-me os mais avisados; desiste.
Mas eu não me calo, e não desisto. Não posso calar-me perante a injustiça. não desisto nunca da minha luta pelo que são valores essenciais numa sociedade humanizada.
A minha indignação revoltada cresce quando tudo acontece numa Escola. Num espaço de, teoricamente, aprendizagem de cidadania e de valores!
É numa escola que alunos, insatisfeitos com a avaliação e com a dinâmica na sala de aula, manifestam, pelos meios que têm ao seu dispor - o director de turma! - a sua opinião. O director de turma, de forma aberta, verdadeira e leal, apresenta em conselho de turma os documentos e o assunto é analisado. Estaria o caso encerrado porque, parece, o ser humano dispõe da capacidade de dialogar e de reformular... mas não! Os alunos são, posteriormente, criticados, confrontados com cartas (que me abstenho de classificar) enviadas aos encarregados de educação. Mais grave: - A culpa, porque há quem viva de culpados..., é do director de turma. Porquê? Porque foi leal, porque ouviu os alunos, porque considerou que os jovens devem dizer o que pensam, devem ser ouvidos e devem ver tidas em conta as suas opiniões.
Como é possível que, em pleno século XXI, jovens sejam condenados por expressarem as suas opiniões? Por manifestarem o seu descontentamento? Como é possível que, numa Escola, se reúna sem a presença dos envolvidos, amedrontando jovens?
Ah! Curiosamente, esta é a Escola onde a cidadania pesa 10%... Talvez isto explique muita coisa.
Não me calarei. Nem com processos de averiguações, nem com ameaças veladas, menos ainda com o triste sucesso da mentira e da hipocrisia!