Chamava-se Maria. Como mil e muitas miúdas da sua idade, como muitas meninas sem idade porque sem identidade. Esta Maria, da minha ficção, era aluna aplicada e, diziam-lhe, aprendia a crescer e a ser Pessoa. Curiosa, perguntava, por vezes, se ela não era já pessoa. E explicavam-lhe que existir não é, afinal, sinónimo de ser. Que há quem exista, e nunca seja pessoa. E falavam-lhe de coragem, de garra, da necessidade de lutar por aquilo em que acreditava, da importância de ter opinião, de ser frontal e justa. Diziam-lhe, muitas vezes, que tinha a obrigação, mais do que o direito, de participar e ajudar a construir um mundo diferente.
E a Maria ia à Escola.
Um dia, a Maria esbarrou com a hipocrisia adulta, com o cinismo, com a maldade que, tantas vezes, reveste a estupidez. E a Maria interrogou-se: - Afinal?...
Pois é querida Maria, lutar por um mundo melhor é isto: esbarrar com a estupidez, muitas vezes até licenciada e mestrada, e continuar lutando pela Verdade e pela Justiça.
Que as Marias nunca desistam! E os Manéis as acompanhem!
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