Tens certezas? Verdades? Guarda-as. Tranca-as nas paredes dos possíveis. Eu não quero verdades outras. Como Régio, não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí. Gosto de espreitar cada amanhecer com a esperança, secreta, de ver o sol brilhar sorrindo, de respirar um ar calmo que me não sufoque. Gosto de me sentar à beira-mar, de deixar que o vai-vem das ondas calmo me anestesie a emoção. Gosto da incerteza de não ter certeza nenhuma!
Foi por isso, ou foi por coisa nenhuma, que procurei a mesa da esplanada vermelha mais distante da entrada. Sentei-me ali a olhar. Há tanto para olhar...Olhei as meninas velhas, maquilhadas na alma, sorvendo com golinhos tristes duas longas imperiais. Olhei os homens de olhares cobiçosos, lustrosos, com calções infantis e t-shirts prometendo o humor que decerto desconhecem. Olhei. E quando olho temo.
Sim, eu reconheço que, às vezes, as minhas inseguranças me fazem tremer. Nesses momentos, afasto o amanhã. Hoje. Agora. E olho as ondas em carneirinhos, as gargalhadas felizes das crianças verdadeiramente livres. Ah, essas sim, não têm certezas nem inseguranças!
Luísa, um abraço e boas féria nas areias finas do Algarve, coisa que por aqui é substituída por calhaus rolados (eufemismo de pedras diga-se!)
ResponderEliminarSegundo parece o Alentejo passou-se para aqui e os relvados desapareceram...
Óptimo texto... O segundo parágrafo é ouro, concordando-se ou não com a mensagem!
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