Chegaram em cima da hora, olhando o número da fila, da cadeira, e sentando-se enfim. Ele viu-me primeiro e sorriu um cumprimento tímido e simpático, murmurando olha a professora. Ela abriu-se no sorriso lindo que recordo na carteira junto à janela. Olá Professora! Há quanto tempo!!
Começou o jazz. Intenso, muito bom mesmo, embora vindo da Suécia (lugar estranho para jazz), lembrava New Orleans...
De vez em quando, discretamente, olhava os meus antigos alunos. Há quanto tempo? Dez anos? Nove? Pareciam-me os mesmos miúdos. Ela, trabalhadora e brilhante, sempre atenta e empenhada; ele sendo rebocado, mais preguiçoso, menos voluntarioso, igualmente educado. Agora, ali estavam, de mãos dadas, lindos!, com aquela beleza que só a cumplicidade efectiva, o Amor verdadeiro consegue dar. Ela mais mulher, ele mais homem, e as mãos esguias sempre unidas, os dedos naturalmente enlaçados.
No final, aplaudindo de pé, perguntei-lhes pela vida. Se lhes fora mansa. E ela, como se pedisse desculpa pela perfeição, anunciou o curso de medicina concluído, o lugar no Hospital de Évora. E ele? Terapeuta. Não perguntei se já tinham casado porque, sinceramente, com a felicidade que transpiravam esse pormenor nada interessava.
É bom assistir à passagem do tempo, quando a vida faz sentido!! É bom reencontrar gente que vi crescer e que, para além da literatura e da gramática, acertou no texto da existência humana...
Mãe querida,
ResponderEliminarMuitos, muitos parabéns!! Se pudesse dava-te o mundo!! O teu neto está cheio de saudades tuas! Estamos a contar os minutos. Vamos fazer-te um grande festa de anos!Adoro-te