Com amor e entrega, normalmente, fazemos os filhos. Carregamo-los na barriga pelo menos 38 semanas. Por eles enjoamos, vomitamos, perdemos a forma (e as formas), vemos inchar os pés, vemos surgirem manchas na pele.
Depois, suportamos as dores do parto. Rasgam-nos, cosem-nos e mudamos o número da roupa. Deixamos de dormir, amamentamos, andamos na rua com medo de, de repente, termos as blusas manchadas, abandonamos os pequenos prazeres, por eles. Suportamos as febres, os primeiros dentes, as primeiras quedas, sorrimos às primeiras palavras, ganhamos dores nas costas para ajudar nos primeiros passos, seguramos o selim da bicicleta para aprenderem a pedalar, chamamos a fada dos dentes quando caem os primeiros dentinhos, choramos no primeiro dia de escola, ouvimos os desgostos, partilhamos as alegrias, fazemos festas de anos inesquecíveis, passamos as férias de joelhos a construir bichos e castelos na areia. Vêm os primeiros namorados, sofremos as primeiras desilusões, tememos o pior, festejamos os sucessos. Temos insónias nas vésperas dos testes, sofremos a dúvida da entrada na Universidade...
Depois, um dia, eles partem. A vida é deles, dizem-nos com razão. E exigem-nos o silêncio face ao que sabemos ser enormidades, impõem-nos distância quando sabemos que a proximidade seria importante... De repente, sabem tudo! E nós olhamos, no maior vazio que existe, no desespero feito de impossibilidade de compreensão.
São assim, os filhos. Mas são nossos, eternos e únicos!
São assim, os filhos. Mas são nossos, eternos e únicos!
Luisa, não podia descrever melhor os X anos que os filhos realmente nos pertencem, sim pq eu sou daquelas que não aceito que se diga que os filhos "não pertencem aos pais" e descreveu de for pertinente o que acontece depois de " voarem do ninho" e cada vez mais é assim!
ResponderEliminarPensamento positivo, no entanto!