Gostava de se sentar ali, na amurada que gritava palavras de amor eterno em graffitis de gosto duvidoso, olhando o mar.
No Inverno, gostava do abraço que as nuvens davam às ondas, no Verão divertia-se com os corpos desnudos, o cheiro dos cremes, os gritos das brincadeiras infantis. Para o seu poiso, farol térreo, trazia às vezes um livro, outras vezes nada. Bom, nada nunca acontecia porque quando a idade é redonda as memórias nunca descolam, as saudades não dão paz. Tanta vida vivida, tanto sonho por sonhar... E um vazio tão grande, tão imenso, que nem a grandeza do mar conseguia preencher!
Um vazio que, no entanto, se enche tantas vezes, não é? Um beijinho
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