quinta-feira, 16 de junho de 2016

DESEJOS

Os alunos estão a fazer exames, os professores vigiam, corrigem, reunem, escolhem novos manuais, trabalham enganando o Tempo que, voraz, corre sempre. 
Este é o Tempo das urgências, das necessidades de tudo fazer em simultâneo, de dar respostas a perguntas catapultadas violentamente para o palco da nossa existência. Ao mesmo tempo, apetecem férias, leituras tranquilizadoras, vivências mais centradas no eu do que no tem de ser. 
É o tempo, também, da interioridade, acho eu...
E dou comigo a pensar em coisas simplesmente complexas, num paradoxo às vezes cruel. Apetecia-me ter a chave de todos os possíveis. Apetecia-me poder mandar para férias a minha dor social e ser, apenas, um automato que cumpre imposições. Queria ser capaz de simplesmente cumprir as parangonas gritadas nas redes sociais, coisas como: "Ama quem te aceita como és, nunca quem quer que sejas como te imaginam". (Se fosse possível...)
Queria, acho eu, poder deixar ir já de férias os meus sentires e ficar, apenas, com os meus pensares lógicos, rigorosos e estupidamente objectivos....

2 comentários:

  1. De uma forma geral as redes sociais são uma chacha; enchem-se de frases ocas, ainda mais ocas porque tanta vez dirigidas a quem não se conhece e nem se faz ideia do que sofre, das condições em que vive, das aflições que a vida lhe traz.

    Por outro lado, não se ama por imposição. Seja de quem for. Quando se ama, ama-se misteriosamente. Porque sim.

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  2. Fui professora noutros tempos em que a burocracia quase não pesava. Eu e os meus alunos na sala de aula. Momentos felizes e o cansaço que por vezes sentia era só físico, exclusivamente físicos. Mas como muitas vezes me dizem, quando eu realço a minha felicidade de então, é que os tempos são outros!
    Coragem para os dias que se apróximam, as férias estão quase aí!

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