Digo muitas vezes, e digo porque o penso, que dá muito trabalho ser feliz. Ou estar feliz. Implica, creio, a capacidade para valorizar as pequenas coisas e, o que custa mais, a resistência constante a agressões da vida. Para se ser feliz é preciso ser-se muito forte, relativizar, manter um rumo próprio e colar, na quilha da alma que rasga os oceanos de desilusão, uma energia tremenda.
Para se ser feliz, é também preciso abdicar. Muitas vezes, abdicar do próprio eu e aderir a vontades alheias.
Por tudo isto, e se calhar muitas outras razões, a gente habitua-se à rotina da infelicidade, ao vai-se andando, ao deixa lá ver no que vai dar. Vai-se sendo infeliz aos poucos, mas fica-se almofadado por essa ilusão de um dia melhor...
Assim, eu acho que devia haver um limite para a infelicidade suportável. Devia existir um limite para a infelicidade de cada pessoa.
Se isto acontecesse, a minha fasquia já teria sido ultrapassada.
Luísa, muitas vezes é preciso aprender a ser feliz “entre os pingos da chuva”!
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