quinta-feira, 14 de junho de 2018

PROFESSORA

Sou professora. Escolhi livremente a minha profissão, lutei bastante pelo meu lugar na carreira e gosto do que faço. Gosto dos meus alunos, gosto dos conteúdos que lecciono (excepção para o Frei Luís de Sousa), gosto de alguns colegas, gosto do cheiro da escola, gosto das ousadias que a descoberta dos textos sempre me permite.
No entanto, como professora de quase final de carreira, como cidadã activa,  não percebo porque razão, em Portugal, os exames são um caso de polícia... E menos compreendo que, nesta época de exames, os professores continuem a ser maltratados. 
Como se pode aceitar que se convoquem docentes para trabalhos a mais de 50 kms da sua escola? 
Pior, pagam-se as deslocações (não se sabe quando porque as escolas não têm verbas para o fazer) a onze cêntimos o quilómetro! Ou seja, os professores vão ter de pagar do seu bolso para o exercício de tarefas para as quais são convocados! 
É justo?
Será que faz sentido? A meu ver, não faz mesmo sentido nenhum! Como não faz sentido nenhum, nenhum mesmo,  dar aos exames esta aparência quase pidesca! 
Nunca fiz greve. Não discuto a pertinência de tal forma de luta, mas não é a minha maneira de lutar pela dignificação da carreira. 
Entendo, contudo, que os professores são  muito maltratados pelos sucessivos governos, que o desprezo por esta profissão é enorme e que os docentes deveriam impor-se unindo-se, agora, numa recusa total à realização desta paranóia que o IAVE coordena...

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