sexta-feira, 23 de julho de 2021

OU...OU

Ou estou a envelhecer, ou estou a ficar mais consciente do privilégio que é eu ser eu. Das duas, uma. Ou isto, ou Aquilo, oiço a Cecília Meireles dizer. 

Cada vez mais, cedo, consciente e livremente, à preguiça inteligente. O que é isso? É optar por não responder, não explicar, não me incomodar, com algumas patetices que vejo, oiço e leio. Ao contrário de Sophia, eu vejo, oiço e leio e, livremente, posso ignorar. Por exemplo, não me apetece explicar, comentar, indignar-me, com certas alarvidades sobre Educação. Até era fácil explicar que não, o ensino privado não supera o público, que a Escola Pública tem vindo a evoluir claramente, mas não me apetece. Era fácil provar que a Educação para a Cidadania não diz que os homens engravidam, não obriga a práticas homossexuais, mas não tenho pachorra. 

Também não respondo quando me dizem que me exponho demais, que não devia dar, com tanta ousadia, a alma à palmatória. Não respondo porque teria de explicar que não exponho nada. Que tudo o que é meu fica comigo, que palavras são realidades exteriores, que se falo de amor, de sexo, de saudades, de vazio, de abandono, de desilusão, de opções políticas, nada digo que ninguém não saiba já. Ou venha a saber, um dia. 

Pois é, até podia, se me apetecesse, dizer que vou assistir ao Concerto de Abertura do Festival Internacional de Música de Marvão, que isso não seria exposição, só sinfonia!

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