domingo, 20 de fevereiro de 2022

INGLATERRA

 Já há dois anos que não ía a Inglaterra. Tinha saudades de viajar, de respirar outros ares e ouvir outras realidades e, finalmente, embora muito lentamente, a vida vai retomando a normalidade. Cheguei a Inglaterra com muito frio, apanhei uma tempestade Eunice, mas, ainda assim, lavei a alma e carreguei baterias.

Em conversa com o meu neto, 12 anos e muita curiosidade e gosto de aprender, confrontei-me com a Escola que defendo. O Manuel Bernardo tem muitas disciplinas, inglês, francês, espanhol, ciência, geografia, história, matemática, moral, cidadania, educação física. biologia. Achei que era disciplinas a mais e, por isso, perguntei como era possível entrar às 8,30 e sair sempre às 14,45h. Explicou-me, com segurança, que trabalha muitas vezes diferentes áreas, em projectos, com diferentes professores. Falou-me da avaliação. Não há classificação, mas estão sempre a ser testados e têm como resposta a forma de melhorarem, e se estão aquém do desejado, no desejado ou se superaram os objectivos em diferentes domínios. De facto, esta é a avaliação pedagógica que faz sentido, colocada ao serviço das aprendizagens e do sucesso.

O meu neto tem sorte, penso eu. Mas todas as crianças podiam ter a mesma sorte. Não implica dinheiro, a legislação portuguesa permite, há propostas e orientações para se fazer assim. Porque não se faz? Porque há direcções com medo da mudança. Porque há, ainda, professores que defendem que o modelo tradicional de ensino é fantástico porque, graças a ele, o homem foi à lua.

Volto para Portugal sem vontade de lutar mais. Chega. Agora, só quero a reforma para poder, mais vezes, voar para lugares com sentido. 

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