Queria conseguir ficar calada. Por muitas razões, por medo de represálias sobretudo, por querer acreditar que em breve tudo vai mudar, sem dúvida. Mas sufoco! E a escrita é o meu espaço de liberdade (às vezes). Quero acreditar, quero mesmo, que o novo Ministro da Educação vai acabar com estas aberrações, mas preciso manifestar a minha tristeza, sofrida, perante o que fui obrigada a viver na 5ª e 6ª feira.
Fui convocada para fazer formação para classificadora de exames. Ninguém me perguntou se queria fazer esta formação, mas eu até aceito que os funcionários devem cumprir o superiormente determinado (embora ache discutível que isso possa implicar tempo de trabalho acrescido) e, por isso, lá fui. O que me revolta não é a obrigatoriedade desta formação mas, sim, a inutilidade e falta de qualidade da mesma.
Pretende-se conferir rigor à classificação de exames, e eu apoio, mas o processo está radicalmente errado! Separa-se o conteúdo da estrutura, a estrutura da correcção linguística, como se se tratasse de puzzles e não de textos que, na sua essência, devem construir sentidos! Espartilha-se tudo, pretendendo, hélas aberração!, obter classificações iguais, atribuidas por professores diferentes. Os critérios, em si mesmo absurdos, impedem a liberdade da escrita e ouvi, com surpresa, dizer que tenho de esquecer a totalidade do texto, a intencionalidade comunicativa, para espartilhar a correcção em aspectos diferentes. De repente, parece pretender-se que a expressão da língua, a competência da escrita, se torne numa soma aritmética!
Claro que defendo que tem de haver rigor na correcção das provas. Como tem de haver rigor no ensino, na aprendizagem, na vida!! Mas esse rigor não pode ser obsessivo ao ponto de se tornar castrador da liberdade da escrita e da interpretação. Sempre haverá classificações diferentes, sempre houve. Mas são, habitualmente, diferenças mínimas, sem expressão significativa no final da prova, e eu acho isso natural, porque são diferentes olhares! Se há erros, e é natural que os haja, existe a possibilidade de pedido de reapreciação da prova!!
Corrijo exames há mais de 20 anos, provavelmente mal, mas temo passar a corrigi-los agora, depois de dois dias de uma formação que até um teste individual implicou!!!, muito pior...
Fui convocada para fazer formação para classificadora de exames. Ninguém me perguntou se queria fazer esta formação, mas eu até aceito que os funcionários devem cumprir o superiormente determinado (embora ache discutível que isso possa implicar tempo de trabalho acrescido) e, por isso, lá fui. O que me revolta não é a obrigatoriedade desta formação mas, sim, a inutilidade e falta de qualidade da mesma.
Pretende-se conferir rigor à classificação de exames, e eu apoio, mas o processo está radicalmente errado! Separa-se o conteúdo da estrutura, a estrutura da correcção linguística, como se se tratasse de puzzles e não de textos que, na sua essência, devem construir sentidos! Espartilha-se tudo, pretendendo, hélas aberração!, obter classificações iguais, atribuidas por professores diferentes. Os critérios, em si mesmo absurdos, impedem a liberdade da escrita e ouvi, com surpresa, dizer que tenho de esquecer a totalidade do texto, a intencionalidade comunicativa, para espartilhar a correcção em aspectos diferentes. De repente, parece pretender-se que a expressão da língua, a competência da escrita, se torne numa soma aritmética!
Claro que defendo que tem de haver rigor na correcção das provas. Como tem de haver rigor no ensino, na aprendizagem, na vida!! Mas esse rigor não pode ser obsessivo ao ponto de se tornar castrador da liberdade da escrita e da interpretação. Sempre haverá classificações diferentes, sempre houve. Mas são, habitualmente, diferenças mínimas, sem expressão significativa no final da prova, e eu acho isso natural, porque são diferentes olhares! Se há erros, e é natural que os haja, existe a possibilidade de pedido de reapreciação da prova!!
Corrijo exames há mais de 20 anos, provavelmente mal, mas temo passar a corrigi-los agora, depois de dois dias de uma formação que até um teste individual implicou!!!, muito pior...
A minha mulher que é Professora, está, também, indignada. Também frequentou a mesma formação... veio derrotada!
ResponderEliminarCumprimentos.