Quando chegou, o dia caminhava para o fim. Voluntariamente, com a segurança da transgressão que o gps permite, prolongara o percurso descobrindo recantos, explorando as pequenas aldeias da velha Albion. Como gostava daquele país! Oferecera-se três dias de férias, de viagem solitária gozando o prazer que a idade permite saber aproveitar. Carregava muitas mágoas, muitas feridas de doer por dentro, muitas crateras no coração.
Mas estava viva e decidira, por isso, saborear o viver de cada dia. Carpe diem, murmurava-lhe Ricardo Reis...
O Hotel escolhido ficava isolado, no verde Surrey, um castelo onde o silêncio colorido se vestia de quente velho mal se passava o hall. Subiu a escada larga de madeira escura e sorriu ao pensar que bom seria se, na vida, houvesse uma alcatifa capaz de tornar cada passada macia e silenciosa.
Da janela do quarto, ao longe, o mundo puro. Sem gente!
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