sábado, 18 de abril de 2015

OS GATOS

Sempre preferi cães, a gatos. Cresci com cães por perto, o meu Pai era caçador, e a Princesa e o Romel serão, para sempre, referências de perdigueiros leais na minha memória. Os gatos fugiam do quintal, corridos pelos cães, e não me lembro, nunca, de haver gatos em casa. Já adulta, comecei a olhar os gatos com outros olhos. Gosto da independência dos felinos, da sua elegância, da forma como prezam a sua liberdade e independência. Ainda assim, este reconhecimento de algum encantamento nunca foi suficiente para que me deixasse convencer pela ideia de conviver com os bichanos.
Ora acontece que os meus netos, com o poder de persuasão que lhes confere o estatuto de netos, instalaram dois gatos cá em casa. Os bichos vieram pequeninos, um preto e uma malhada, eles baptizaram-nos de Charlie Blackie e Lowa, fizeram-lhes algumas tropelias e, quando voltaram para a casa deles, os bichos, que não podem viajar de avião, ficaram. Comecei por mudar-lhes a moradia. Dentro de casa, não! Arranjei-lhes um lugar numa casinha do quintal, bem abrigados do frio, e dou-lhes de comer todos os dias. Este fim-de-semana resolvi, numa decisão cheia de coragem, apresentá-los ao Buda, o cão que também herdei da minha filha, para que os bichanos pudessem correr no quintal. Bom, a intenção era boa mas correu mal! O Buda não quer gatos nos seus domínios. Os gatos não querem aceitar ordens do Buda. Eu continuo com os gatos fechados, com o Buda à solta, com uma sinfonia no quintal sempre que o cão resolve aproximar-se da residência felina.
Há coisas que só me devem acontecer a mim!!

2 comentários:

  1. Luisa, qd eu era pequena, a minha tia Aninhas tinha uma cadela perdigueira, a Andorinha, que deu de mamar a um gato juntamente com a sua prol

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