Vá lá, não protestes mais e fica aqui comigo. Senta-te junto a mim, aquece-me por dentro também, deixa-me contar-te das mágoas fundas, das agressões constantes, da violência do meu quotidiano. Concorda comigo. Por favor, diz que eu tenho razão, que foi uma vergonha a entrega dos objectivos individuais pelos professores, que foi o assinar da falta de carácter, a assumpção do medo, a entrega da alma profissional aos demónios da educação! Isso, faz-me sentir que a minha luta, inglória?, é justa e justificada e deixa-me desabafar a minha desilusão magoada. Foi aquele, e o outro, e mais o outro, e esse mesmo ainda. Foram alguns que julgava bastiões de revolta, de verdade e bom senso também. Foram os outros, os que não me surpreendem, os que reconheço feitos e concordantes com a merdice que impera. Pois, não te surpreendas com o meu linguajar... Eu que detesto o palavrão, a vulgaridade, tenho vontade de usar o mais vernáculo português para classificar alguns actos de algumas pessoas... Tu compreendes. Tens de compreender! Porque tu conheces-me por dentro, sabes-me os desânimos tens truques para desatar os nós que sufocam os meus sentires. Hoje, por favor!, hoje fica aqui. Vamos deitar-nos os dois e ousar o impossível, fazer os anjos corar de vergonha, lembrar aos céus que existimos. Hoje, por favor, não me deixes sozinha. Enlaça-me com força nas asas que te conheço suaves, murmura-me coisas de sentir e ousar, abre uma auto-estrada sem portagens nem carrinhas da BRISA para que eu parta no rumo do sonho. Nessa viagem, que tão bem conheço, onde os impossíveis acontecem e a Verdade só tem um rosto...
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