quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mar Cantábrico

Parou no miradouro del Fito. Subiu a escada íngreme e mergulhou o olhar cansado no mar imenso. Podia ser Monet, podia ser Degas até. Era uma tela imensa que se lhe oferecia, calma, real, permitindo-lhe descansar os sentidos e dar largas à emoção. Fora um percurso difícil, mapa confuso, avanços e recuos, pedidos de ajuda às gentes locais. A dada altura, pensara mesmo em desistir. Mas,  felizmente, fora perseverante e não perdera aquele espectáculo único.
Alguém lhe tinha dito que a água sempre amacia e embeleza a paisagem, ouvia as palavras no eco da memória, mas sentia que, ali, havia mais do que água suavizante. Havia as montanhas que sempre a encantavam! Surgiam picos agrestes que, num abraço forte, protegiam aquele mar espelhado.
Sentiu o vento frio, enrolou-se no casaco, mas não recuou. Queria ter o poder de prolongar, para sempre?, a paz daquele momento. 

2 comentários:

  1. O mar, sempre o mar, o salgado, o das lágrimas, o das descobertas, o da aventura, o da fúria e da ira das ondas, o das histórias trágicas, o das epopeias, o dos poetas, o da poesia... e o que aqui escreveu é verdadeira poesia. Mesmo sem a rima métrica, pois o mar ondula, não não se enquadra...
    Bons sonhos!

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  2. Quero muito que consigas guardar dentro de ti essa paz! Guarda esta paisagem como um lugar para onde possas fugir quando mais nada fizer sentido!
    Adoro-te

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