quinta-feira, 31 de julho de 2014

PACIÊNCIA

Já não tenho paciência para muitas coisas. Não que me tenha tornado snob, ou sequer adquirido a mania da superioridade, mas porque acho que, com 54 anos, é tempo de poder assumir que não tenho paciência para muito do que faz o quotidiano. Não tenho paciência para a hipocrisia, que me magoa quando o sorriso morde; não tenho paciência para frases feitas, pessoas vazias, ordens irracionais e comentários maldosos. Já não me apetece perder um minuto com a falta de reconhecimento, com as injustiças vigentes, com a inveja e a estupidez feita chefia. Não estou mais disponível para chorar por quem me rouba a paz, não vou mais fingir que compreendo o que é, para mim, incompreensível! Não estou mais disponível para os falsos amigos, para o egoísmo, para a crítica alheia de quem  não reconheço valor. Não vou mais concordar com o absurdo, não vou assinar de cruz as anormalidades profissionais com que me confronto.
Se a idade me oferece alguma coisa é, com certeza, a possibilidade de não ter paciência para quem não merece a minha paciência!

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