Esta coisa dos blogues, da blogosfera,da internet, é estranha.
De facto, de que serve a gente (neste caso eu) ligar o computador e sacudir a alma? O que interessa ao outro, leitor, o que cada um sente? Objectivamente, nada. Mas, para além da fria objectividade, talvez se teçam lados, talvez se criem identidades.
Quando me gozam, ou ridicularizam, por continuar a alimentar o meu blogue, penso que, se calhar, têm razão. Ou, se calhar, não... Porque esta janela, que se abre silenciosa para o mundo, sabe receber, ouvir e guardar como poucas pessoas. É um espaço que, ainda que público, nos/me oferece alguma privacidade. E, além disso, o hábito de conversar, ou o tempo para se conversar, vai escasseando e o ecrã permite, num bocadinho, despejar a alma...
Eu hoje preciso mesmo de despejar a alma. Se a dor dilacera, eu estou em pedaços. Evoco Sophia porque, hoje, não é a minha alma que é feita de maresia, é a minha existência que é sargaço apenas!
A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Sophia de Mello Breyner
Luisa, como há alguém quem a ridicularize pelo seu blog?
ResponderEliminarSó de alguém que não tem a capacidade de escrever os belos textos que a Luisa escreve!
Dalma,
ResponderEliminarObrigada! Há pessoas que sabem tudo, carregam a verdade no bolso e têm na boca uma arma...(No coração carregam, talvez, um vazio imponente)