Quando eu era miúda, as Feiras, em Portalegre, aconteciam no espaço onde hoje está a Segurança Social (por acaso nada Segura e pouco Social...), ali na Praça João Paulo II, bem perto da minha casa. A Feira acontecia duas vezes por ano: - Em Junho, a das Cerejas; em Setembro, a das cebolas. Em Junho ainda havia aulas, era preciso ser hábil na gestão do tempo... Mas, em Setembro, as aulas ainda não tinham começado e, por isso, a partir das cinco ou sei da tarde a Feira era lugar de encontro. O meu Pai fazia-nos prometer que não andávamos de carrinhos de choque nem de aviões (tinha morrido um jovem num avião que se soltara) e eu prometia transgredindo sempre. Os carrinhos de choque não me encantavam, não gostava do cheiro, ainda hoje tenho a mania dos cheiros, mas os aviões deliciavam-me.
Entrar naquelas maquinetas, rodopiar com os cabelos ao vento, saltar lá dentro era uma experiência única! No entanto, era o Carrossel "uma voltinha uma voltarela para a menina da saia amarela"/"A avozinha não paga, mas também não anda" o que mais me agradava. Adorava a girafa e a roda. Entrava na roda com as amigas, girávamos a alta velocidade e saímos de lá com os cabelos emaranhados, as saias revoltas e as bochechas rosadas.
Depois, um dia, a Feira saiu da cidade e eu cresci. Parecia que já não tinha idade para a roda, menos ainda para a girafa... Como a Feira era longe, esqueci-me de como era bom andar de Carrossel! Este fim-de-semana dei comigo numa Feira de verdade, como as da minha infância, lá no Minho, em Ponte de Lima. Fosse porque o ambiente exigia, fosse porque ninguém me conhecia, fosse mesmo porque a saudade era muita, fosse porque tinha o pretexto da minha neta, peguei nela e voltei ao Carrossel grande. Lá estavam as girafas, as rodas, os cavalos tentadores... Mas eu tive juízo, escolhi o banco e, com a Constança ao colo, subi e desci nas ondas do tempo, nas memórias e nos desejos. É tão bom andar de Carrossel!
Porque será que a criançada gosta da girafa, Já eu é ra assim e os meus filhos também!
ResponderEliminarEla Adorou!! A Constança tem muita sorte em ter uma avó assim tão fantástica( e louca)!!
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