A conversa já não é. A aprendizagem escolar: emissor - mensagem-receptor -, não existe mais. Ele fala, antecipa as respostas que, não o sendo, lhe convêm, e vai semeando ausências, mágoas, destroços de vida. Ela cose a revolta magoada no silêncio triste e, aos poucos, a mensagem cresce num vazio de desistência. E os prefixos des, os da negação, ganham, paradoxalmente, sentido: - Vem a desilusão, a desesperança, a desistência, a desvida - que é uma forma de existir sem respeitar a vida.
Um dia, de sol e praia, vem uma onda maior e lava tudo. Lava a alma, leva os despojos daquela guerra que já o não é. Ficam migalhas escuras, onde, ainda assim, ela enterra a desilusão nunca de facto limpa do silêncio não dito.
É a vida. Como muitas, hoje.
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