Quando tinha alunos do ensino básico, aí pelo oitavo ano, havia um livro que eles gostavam de ler: "Diário de um adolescente com a mania da saúde" Por causa dos alunos, fiz tanta coisa por causa deles, também li o dito livro. Tinha algum humor, alguma capacidade de brincar com o excesso e com o exagero da modernidade. Agora, sinto-me eu, às vezes, como uma adulta com a mania da saúde. Igualmente ridícula, igualmente exagerada...
Foi por causa da saúde, ah a partir dos 40 é preciso fazer exercício, a vida sedentária provoca situações terríveis, se não fizeres exercício podes ter um AVC (se te mexeres também) , que resolvi inscrever-me num ginásio.
Eu odeio desporto. Quando era miúda, no liceu, até um dedo consegui partir a tentar jogar volleyball.
Enfim, nos meus 58 anos desiludidos, lá fui eu para o ginásio.
Já ouviram aquelas afirmações: Sentimo-nos revigoradas; ficamos com energia para o dia; até já perdi peso; é a minha hora de lazer? Pois bem, nunca senti nada disso.
Detesto o ginásio! Odeio suar, incomoda-me a dor de pernas e braços, sinto-me ridícula a fazer aqueles levantamentos de pesos sabendo, por antecipação, que nunca serei o Schwarzenegger. Ainda por cima, não tenho um equipamento cinco estrelas, daqueles que permitem ir ao café com ar de saúde colorida...
Mas vou continuar a ir. Porque aprendi que a esperança é a última a morrer e, quem sabe?, lá para os 80 anos, se não tiver o tal AVC antes, poderei ser uma velhota cheia de músculo!
“Insistir, insistir...” era assim que me diziam nesse tempo em que a Educação Física se chamava de Ginástica!
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