sexta-feira, 16 de novembro de 2018

REVOLTA

A voz denunciava revolta e angústia, incredulidade e tristeza também. Acabada de sair de uma reunião de conselho de turma de 11º ano, na turma da filha onde representa os pais, pedia que a ajudasse a compreender o que ouvira. E contou, cortando a paz relativa ao meu serão:
- Duas turmas de 10º ano, originaram uma turma única no 11º  e os professores continuam a falar do E e do F, como se não fosse só uma?
- Houve muitas negativas a matemática e a física, no "teste", e as senhoras professoras garantem que não sabem como alterar a situação, antecipando muito insucesso;
- Há alunos que jogam às cartas as aulas de filosofia, e a professora constata o facto...
O que acho eu, queria a mãe saber. E a minha revolta profissional a sufocar-me, a necessidade de ser correcta a impor-se. O que acho? Acho, muito sinceramente, que há professores que não o são. Acho que é urgente que as escolas revejam a sua função. Acho incrível que se continue a avaliar com a única aplicação dos testes. Acho estranho que um professor que verifica a existência de insucesso se proponha continuar a trabalhar (ou a não trabalhar?) do mesmo modo. Acho aberrante que se digam algumas coisas (graves!) impunemente e perante os pais e encarregados de educação.
O que eu acho? 
Acho que devia reformar-me já. Porque eu não QUERO fazer parte de um sistema que permite que estes absurdos aconteçam.
À mãe, com a calma possível, sugeri que apresentasse por escrito a situação à direcção da escola.
Mas mal dormi. Ser professor tem de ser bem diferente destas práticas...

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