Tenho pensado de mim para comigo, naquelas conversas longas das minhas noites de insónia, que o improviso devia ser reconhecido como prática de mérito. De facto, nunca sei o que vem aí, nunca, por mais que estude e leia, por mais que oiça e tente aprender, me sinto absoluta e completamente preparada para enfrentar cada hoje. Não sei as regras para viver feliz, não conheço os segredos do sucesso e vivo improvisando. Como dizia Chaplin, a vida não permite ensaios e, assim sendo, a capacidade de improviso devia ser valorizada.
Como, na minha cabeça, tudo (ou quase) se cruza com a Escola, penso que é determinante que se desenvolva nos alunos a capacidade para o improviso, a competência de agir (e reagir) perante o inesperado, em vez de se lhes servir menus prontos a usar.
Improvisar não é o mesmo que desenrascar, prática tão portuguesa. O desenrascanço tem, para mim, algo de clandestino, de batota implícita, e o improviso tem uma carga positiva de resposta ao desafio.
Afinal, acho eu, a vida é pouco mais do que uma sucessão de improvisos.
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