domingo, 18 de outubro de 2020

ESTUPIDEZ E MALDADE

Já há algum tempo, li uma crónica do Miguel Sousa Tavares, jornalista e escritor que muito admiro, onde ele reflectia sobre o facto (inegável) de as redes sociais, facebook e afins, darem palco a toda a gente. A pessoas muito interessantes, cultas, que muito trazem a quem as lê e, também, a idiotas e ignorantes que, subitamente, têm púlpito. E é exactamente o facto da ignorância, maldade, estupidez e ignorância terem palco que leva, cada vez mais, ao alastrar da calúnia, da mentira, da maldade. Qualquer pessoa pode, se lhe apetecer, acusar, insultar, julgar o outro, numa janela aberta ao mundo. E há sempre público garantido, quem leia; quem, com inteligência, condene; quem se deixe enredar, e faça coro.

Não se pode fazer nada contra esta realidade. É a vida actual. Podemos, claro, não utilizar redes sociais, auto excluirmo-nos da realidade. Podemos ignorar, responder com silêncio e desprezo. Podemos, se quisermos gastar dinheiro e se confiarmos na Justiça dos Tribunais, avançar com processos. Mas, façamos o que fizermos, o dano da calúnia não será jamais apagado. A mancha fica, nódoa que lixivia alguma elimina sem danificar o tecido.

É assim. 

O ser-humano está construído do avesso, virado mais para fora do que para dentro e, por isso, tem de ser capaz de sobreviver neste caos de gente que, a cada dia, menos humano é.

Lamento muito. E opto pelo silêncio, pelo desprezo absoluto que me merece a maldade e a calúnia. 

1 comentário:

  1. Luísa, costuma-se dizer que só há discussão quando dois querem, portanto, por muito que às vezes nos custe o melhor é não responder, o que é corroborado pelo provérbio “ os cães l***** e a caravana passa”!

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