O meu neto é o Manel Bernardo. Vejo-o já a correr no quintal, a mexer nos cães, a molhar-se na fonte, a sujar a cozinha e a aprender a dizer palavras difíceis. Vejo-o a ouvir as minhas histórias, atentamente como a mãe fazia,confrontando-me com as alterações que nunca resisto a fazer.
O Manel Bernardo vai dar-me um novo estatuto e eu ando feliz por isso!
Lembro-me de me sentar, bem miúda, na janela do quarto do sótão pensando que, se um dia tivesse netos, havia de lhes ensinar as cores do arco-íris e o aproveitar do momento rápido em que o mundo, diariamente, pára para respirar fundo. O tempo passou num instante e, em breve, vou mesmo poder mostrar ao Manel os baloiços quietos, o vento recolhido, as folhas imóveis no final de um dia de Verão.
Queria ser capaz de ensinar ao Manel Bernardo os segredos da cumplicidade, da ternura, do amor verdadeiro. Queria poder garantir-lhe um mundo bem diferente do meu, hoje.
Queria, mais que tudo, que o Manel e todos os meus netos fossem imensamente felizes!!!
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