Muito se tem dito, e feito, a propósito dos 100 anos da nossa República. Publicações, festas, Seminários, Conferências, exposições, de tudo tem havido. Às vezes, parece-me estar a assistir a uma desesperada operação de branqueamento da História, outras vezes aprendo muito, outras vezes ainda rio-me e aplaudo.
Ontem, vivi mais uma experiência portuguesa e, claro, republicana. Fui visitar a Exposição, muito boa e recomendável, que se encontra na Cordoaria Nacional. Cheguei curiosa, com o olhar lavado pelo Tejo fronteiro, desejosa de aprender e viver momentos de saber. Começou por ser assim. Entrei, validei o bilhete (gratuito) numa maquineta muito electrónica e luminosa e fui avançando. Comigo e com o meu marido, escolas e professores, vivendo a História, quero crer que, de facto, desenvolvendo competências.
Para minha decepção, ao ler, atentamente, os textos informativos/explicativos, o meu coração tremeu. Pobre língua portuguesa!!! A dada altura, em parangonas, lia-se que, e cito "(...) em 1917 Portugal estava todo cobrido (...)!! Mais adiante, alertava-se para a Associatização!! E havia, há!!, muito mais.
Saí da Cordoaria muito angustiada. Afinal, que povo seremos, ou somos, que espécie de republicanos criamos, se nem a nossa língua, a expressão dos nossos sentires e pensares, sabemos respeitar?!
Não consigo deixar de pensar nas coisas que esta República tece...
É mesmo triste, tens razão... Vou-te mandar um email escrito por colegas nossos, "cobrido" de asneiras: vais ficar arrepiada como eu fiquei...
ResponderEliminarBeijinhos
Infelizmente, não é só por cá... Em França, na França da Cultura!, acontece o mesmo... E isso porque a Cultura, por toda a parte onde se instalou o neoliberalismo e a ditadura do mercado e do lucro, a Cultura foi atirada às ortigas: é "produto" que não rende... E o homem pode dizer e escrever as asneiras que quiser... desde que se comporte como um bonzinho novo escravo da máquina capitalista.
ResponderEliminar