quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2015

Não tarda, aí está o ano novo. A esta hora, muita gente se prepara em grande para o receber, há corridas aos cabeleireiros e lamentos por causa daqueles quilinhos  a mais que o Natal ofereceu... Depois, muita gente vai gastar imenso dinheiro, vai sentir-se na obrigação de estar alegre, vai dançar, comer, beber champanhe, contar passas e, tarde na noite, dormir finalmente. A tudo isto o 2015 vai assistir, escondido, esperando o momento certo para agir. 
E vai agir precisamente quando tivermos baixado a guarda, quando os penteados estiverem desfeitos e os nós das gravatas desalinhados. Vai revelar-se no retorno à vida real, afinal igual, fazendo com que esbarremos com a evidência: - Apenas envelhecemos! 
Acho que, a cada ano, sinto mais esta angústia do nada, o conflito com a inexistência da mudança. Resta-me o sonho, o desejo inconsciente de que o novo tempo me traga forças para tomar as rédeas da minha vida fazendo-a percorrer o caminho que quero fazer. Não vou gastar dinheiro, não vou sair de casa, mas vou ter comigo a verdadeira ternura dos meus netos, o carinho imenso da minha filha e, no coração, a certeza de que as minhas outras meninas pensam em mim.  Talvez, assim Deus me ajude, este 2015 seja finalmente um ano de grande - ENORME - mudança na minha vida...Como diz Pessoa "sem o sonho, que é o homem senão um cadáver adiado que procria"?

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