Os homens, em casa, não cobrem a cabeça. Olham para mim como se eu tivesse acabado de aterrar vinda de um qualquer distante planeta. Insisto, lembro outros tempos, os alentejanos a descobrirem-se para entrar em casa, para cumprimentar uma senhora também. O gorro, os gorros, permanecem nas cabeças e eu desisto.
Desisto porque, acho eu, a desistência é uma opção individual que pode evitar muitos conflitos. Desisto porque, às vezes, a água mole em pedra dura só cria musgo. Desisto porque, cada vez mais, falta-me paciência para a estupidez camuflada de irreverência oca. E se eu gosto da irreverência...
Lembro outros alunos, há cinco ou seis anos, talvez até menos, capazes de inteligentes irreverências e desisto de explicar que um barrete, um boné (ainda que lhe chamem cap) dentro de uma sala de aula é mesmo só ausência de educação. Depois chego a casa, sento-me olhando o lume solitário e surge-me a dúvida: - Fará sentido um professor desistir de educar? Ceder e não querer saber? Volto a olhar o lume, e desisto de pensar...
Não Luisa, não desista do "cap" fora da cabeça, não só porque devemos educar mas também porque não nós devemos sentir contrariadas com o que temos à nossa frente se pudermos agir em conformidade. Ainda sou do tempo de lutar contra isso é já lá vão 10 anos!
ResponderEliminarEu tento resistir mas, às vezes, a vontade de desistir é muita...
ResponderEliminarNunca desistes de pensar eu sei, mas é um desconforto ver certas coisas, eu sei... Vá lá! Toca a ir já pensar um bocadinho! Olha, estou sem telemóvel, à espera que o Diogo venha e me arranje um BOM! beijinhos
ResponderEliminar