Há muito tempo já que não caminho descalça na areia; há muito tempo já que não me sento no chão olhando nada; há muito tempo já que não passo uma tarde a ler um bom romance; há muito tempo já que não adormeço segura e protegida no abraço que desejo.
Há muito tempo que não tenho tempo para coisas de mim para mim.
Sinto-me presa na voragem do tempo, consumida por prioridades que não estabeleci, pressionada por exigências que não desejo. Hoje, apetecia-me apenas fechar a porta ao mundo e ir à procura de mim. Do meu eu que ri, se encanta, que gosta da vida e do amor. Hoje, quando as rosas começam a surgir na minha varanda, queria só partir...
Não nos podemos perder completamente de nós. Tem que haver tempo para ler, para sentar como quisermos, para sermos, fora da utilidade
ResponderEliminarLuisa, o que escreveu é a maneira poética de dizer que está a sofrer do "síndroma primaveril", sim, este existe e nas bulas dos medicamentos para a astenia está lá referido. Quando o calor do Alentejo chegar essas sensações esvaiem-se.
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