quarta-feira, 27 de novembro de 2019

AS CRIANÇAS PORTUGUESAS

"As crianças portuguesas são as que passam mais tempo na escola, jardins de infância e creche. Em média, cada criança cumpre um horário de doze horas" - Fiquei assustada. Claro que eu já sabia que as crianças passam tempo demais nas Escolas mas, dito assim, com números e força de estudo científico, parece ser ainda pior.
Sem dúvida, as sociedades desenvolvidas, na sua maioria, deixam para trás muito do essencial da vida em nome do trabalho. Em Portugal, infelizmente, exagera-se mais ainda. Os portugueses gastam muito tempo nos empregos e, paradoxalmente, produzem menos do que outros povos que estão menos horas nos seus empregos. Parecia, assim de repente, que seria possível, até fácil, reorganizar as coisas: - Horários mais flexíveis, trabalho por objectivos, mais tempo para se ser pessoa. Mas não é fácil. O que vemos, cada vez mais, são pessoas fechadas oito horas por dia, muitas vezes fazendo cera, outras consumindo bicas. 
Li, há pouco tempo, uma reportagem que dizia que numa qualquer província do Japão tinham feito uma experiência e, durante seis meses, tinham reduzido a semana de trabalho a quatro dias. No final, verificaram que a produtividade aumentara 72% e os índices de felicidade 92%. Claro que o Japão não é Portugal mas, neste caso, até eu fiquei com os olhos em bico...
As crianças que passam sete horas na creche, nas amas, nos infantários e nas Escolas, são geralmente

crianças com baixos níveis de felicidade. São crianças às quais falta tempo de qualidade na construção de teias de afecto e emoções capazes de sustentar os embates da vida adulta.
Gostava muito que Portugal olhasse as suas crianças com outro olhar. Com mais respeito, com mais seriedade. Mas, neste meu país eternamente por cumprir, as Pessoas nunca são prioridade...

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