terça-feira, 12 de novembro de 2019

FORA DE TEMPO

Oiço, cada vez mais, falar em inteligência emocional. Sempre que surge uma formação com este tema, chovem inscrições , e eu, que tenho os sentires à flor da pele, que acredito mesmo na força das emoções, já não me surpreendo. Não tenho dúvidas que sentir, viver, experimentar, levar ao rubro emoções, é das melhores formas de viver e de ser. Eu, que não sou existencialista e que, por isso, acredito que há essência para lá da existência, reconheço a força e a influência que os espaços, físicos e psicológicos, exercem sobre mim. Em Inglaterra sou sempre mais EU, mais completa e realizada, do que em Portugal. Claro que o facto de ter lá a minha filha, e dois netos que adoro, tem influência mas, penso, há mais do que isso. Ou, se calhar, esse facto despoleta outros pensares, sem dúvida outros sentires.
Em Inglaterra as cores, o frio, os sabores, tão diferentes!, sempre me transportam para vivências de real entrega e paz. 
Às vezes, tenho pena de já não ter força, ou coragem, para emigrar e ir construir sentidos nesse país que foi dos meus antepassados e, hoje, é dos meus descendentes! Falhei a vida. Talvez, como Carlos da Maia e João da Ega. Talvez, como quem sonha sempre. 





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