quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

EDUARDO LOURENÇO

 O Labirinto da Saudade. 

Volto a ele, agora que Eduardo Lourenço morreu, eu que vivo presa nessa teia sem saída. Oiço e recordo palavras ocas, que os Grandes não morrem, e sei que, embora morrendo mesmo, a sua essência fica e perdura por anos, séculos até. Na minha saudade mora já muita gente, é o normal cumprir do Tempo, e eu gosto de fazer visitas a essas moradas ausentes. Eduardo Lourenço dizia, também, que nós, humanos, somos só pensamento. Será? Às vezes, muitas vezes, olho o mundo e penso que não há pensamento. Que vivemos cumprindo calendário, fazendo concessões a verdades alheias, a normas sociais que se fazem de aparência, que ignoram a essência. Porque razão pensada abdicamos de práticas de ser feliz, para parecer cumprir imposições alheias? Que pensamento pode sustentar a violência e a agressão? Que razão suporta o medo?

Volto a Eduardo Lourenço. Falamos de Fé, esse Todo que é só de quem tem. Talvez rezar seja pensar também.

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