O calendário assinala: - 1º Domingo de Maio, Dia da Mãe. As lojas de flores enchem-se, as promoções anunciam-se, as reservas para almoços e jantares esgotam restaurantes. É a homenagem às Mães. Justa, merecida, imprescindível. A não precisar de dia próprio, a dever acontecer todos os dias...
Lembro-me de fazer o presente de Dia da Mãe na escola. Com a total inaptidão para tarefas manuais que ainda hoje me caracteriza, produzia umas coisas horríveis, esborratadas e mal pintadas, que a minha Mãe punha na cómoda no quarto e agradecia com furor. Furor, para mim, incompreensível. Como era possível que ela gostasse daquelas enormidades horrorosas? Vá lá uma filha compreender uma Mãe...
Depois, mais tarde, esmerava-me nos textos que lhe escrevia. Fugia dos presentes comerciais, aproveitava o Dia para lhe falar do meu ser que, então, mais me confundia e baralhava.
Agora, eu Mãe também, apetecia-me poder oferecer-lhe tempo reciclado para voltar a usar. De modo a que o tempo, dela e meu, não se esgotasse nunca. Mas, feliz ou infelizmente (reviver chatices???), o tempo não é reciclável e, por isso, tenho de me conformar com as rugas incómodas e as memórias imensas.
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