Comprara-as no início do mês, pensando fazer um bolo quase inglês, com noz e passas sultanas, na velha forma do tempo em que em casa se faziam verdadeiros bolos ingleses.
Os dias foram passando, os afazeres sempre muitos, e o bolo foi sendo adiado. Talvez amanhã, talvez no fim-de-semana, talvez na sexta-feira de tarde, e nunca o bolo a ser batido e enformado. Por isso, agora, na Noite das 12 badaladas, tinha-as ali, fechadas no saco, prontas para serem contadas. Colocou-as no pires da chávena do café e levou-as para a mesinha de cabeceira. Instalou-se na cama, almofadões confortáveis, o Rodrigo Leão tocando para ela, um livro cheio de sentires, e preparou-se para saborear as passas à hora certa. Para ter dinheiro todo o ano, rezava a tradição. Só esperava que o sono a não atraiçoasse e não adormecesse antes da hora...
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