Frio. Muito frio. Frio na pele, no rosto, na alma também. Frio de zero graus, de céu limpo, frio que nem a lareira, bem carregada, conseguia afastar. Sentou-se junto ao lume, pernas cruzadas, enrolando-se num novelo só, sem fazer nada mais do que desfiar memórias, sonhos, saudades e projectos. No colo, o caderno grosso, de folhas fortes, onde se viciara nos registos. Registos daquelas pequenas coisas que, dizia Umberto Eco, fazem cumprir a vida. Apetecia-lhe escrever, com a caneta de tinta castanha, vendo as folhas encherem-se com a sua caligrafia feia - diziam - mas pessoal - achava.
Consciente e deliberadamente, mantinha o velho gosto pelas folhas e cadernos, pelas canetas de tinta permanente, pela escrita que podia guardar fechada numa gaveta. A escrita que não era moderna, não fazia blogues, que não partilhava com ninguém. Ou, melhor, a escrita que partilhava consigo mesma, numa relação de eu com eu, e onde ninguém opinava. Era bom estar de bem consigo, na paz quente de um Dezembro gelado.
OLá, minha querida!
ResponderEliminarTambém eu gosto ainda da caneta, papel, cadernos... Ainda hoje fui gastar um dinheirão nessas coisas e, depois, venho escrever na internet... Paradoxos!
Um beijinho e Bom Natal!
O tempo passa depressa, vais ver...
Bom natal!
http://falcaodejade.blogspot.com/2010/12/chegou-o-natal-e-arvore-de-natal.html