A opção para um domingo em Lisboa fora a Feira do Livro. Um olhar pelas novidades, uma caminhada num dia ventoso, o revisitar do parque Eduardo VII. Mas as alergias, os espirros constantes, a garra a sufocá-la, depressa lhe impuseram o regresso ao automóvel. Surgiu então a lembrança da esplanada sobre Lisboa, uma entre muitas, ali mesmo por trás do Largo do Caldas, com a vantagem de um parque de estacionamento colorido e a cheirar bem. Passou junto às obras sempre inacabadas do Cais das Colunas, protestou sozinha contra o empedrado mal feito que fazia sacudir o seu automóvel, imaginou o terror que teria sido o Terramoto de 1755 - barcos levados nas ondas até ao Rossio?! -, alegrou-se com os dois enormes navios de luxo que vomitavam passageiros endinheirados, e subiu ao Chão do Loureiro. Sorriu da antítese de se ver subir ao chão, arrumou o carro e encheu os olhos da luz de Lisboa.
Lá em baixo o Tejo, calmo, prateado, salpicado de velas, de enormes navios também. Ao fundo, o Cristo Rei, sempre protector na sua imobilidade estática, e ali mesmo em frente, ao alcance da câmara do seu telemóvel, o Convento do Carmo. Encheu a alma de cor, os pulmões de ar húmido, o olhar de luz e pediu uma caipirinha. A solidão fazia-lhe boa companhia, pensou, cerrando os olhos para não deixar entrar a saudade.
São as contradições dos nomes... um chão bem alto, que proporciona uma vista soberba da cidade, do Tejo e mais para além.
ResponderEliminarA caipirinha ajuda, por vezes, a fazer companhia...
Eu vi uma reportagem sobre as esplanadas nos telhados de Lisboa onde aparecia essa! Deve ser gira e, claro, para a setôra tem a vantagem de ter por perto o Largo do Caldas (Ah! Ah!! Ah!)
ResponderEliminarAna
Não conheço esse lugar! vou procurar, diz que é perto do Caldas? A senhora ainda lá vai??
ResponderEliminarAntónio