Há coisas que só tu sabes. Há verdades que só tu conheces, lágrimas que só tu provocaste. Só para ti vão, muitas vezes, os meus sonhos felizes que cruzam noites de insónia e, só para ti, vai o meu desespero quando a vida insiste em incumprir-se. Só a ti abro a caixa velha de sapatos, essa onde guardo fotografias cortadas, recortes de jornais, pedaços de escrita, memórias esquecidas. Nessa caixa há, também, o pó que restou das flores que me ofereceste. Hoje, já não me ofereces flores. Talvez não as mereça. Ou talvez te tenhas esquecido da euforia com que as recebia. Às vezes, esquecemo-nos de tantas coisas... Esquecemo-nos, por exemplo, do que ficou por dizer, do frio do abraço vazio, do beijo negado. Esquecemo-nos do perdão, da calma, da pressa urgente, do agora em vez do daqui a bocadinho!
Só para ti, eu queria ser capaz de reinventar a força de algumas palavras. Queria renovar os sentidos de muitos sentires esvaziados, repetir passos em lugares que nunca pisei!
Só para ti, poderá, um dia, fazer sentido existir fora de mim.
Que texto incrível! Fico parada, lendo e relendo. Deixe a escola e dedique-se à escrita!
ResponderEliminarTeresa
Sinto alguma tristeza a perpassar este texto. Mas é um texto lindo! Andamos todos muito em baixo, é a consequência da situação do país...
ResponderEliminarAntónio
O amor aparece de repente, sem se esperar, e, em todas as idades.Vai chegar, renovar os sentidos e trazer, ainda, das mais belas flores...
ResponderEliminarSei que pensas num grande amor. Insubstituível e diferente...
ResponderEliminar"Só para ti vão, muitas vezes, os meus sonhos felizes que cruzam noites de insónia e, só para ti, vai o meu desespero quando a vida insiste em incumprir-se. Só a ti abro a caixa velha de sapatos, essa onde guardo fotografias cortadas, recortes de jornais, pedaços de escrita, memórias esquecidas. Nessa caixa há, também, o pó que restou das flores que me ofereceste."
Um beijo