quarta-feira, 18 de maio de 2016

PODER(ES)

A língua portuguesa, cada vez mais a minha verdadeira Pátria, tem mistérios e/ou coincidências que, creio eu, não o são de facto. As palavras poder e podre, por exemplo, escrevem-se com exactamente as mesmas letras.
De facto, a leve metátese numa, define o essencial da outra. E o poder, sobretudo o pequenino poder, traz à nossa existência muitas chatices e inconvenientes. Os pequeninos poderosos, aqueles que nem sequer tiveram de se submeter a um sufrágio, julgam crescer na exacta medida da afirmação do seu poderzinho e, vai daí, destratam e incomodam arbitrariamente.
E eu detesto as ocasiões em que o podre vira poder. Ou será ao contrário?

2 comentários:

  1. O despotismo quotidiano é mortífero. Actua como veneno instilado a conta gotas. Fez muitos homens infelizes, mas arrisco que a maior parte deles são mulheres. O poder é um risco a que só resistem os espíritos fortes ou destituídos de ambição.

    ResponderEliminar